segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Foi Você que votou no Partido do Alberto João ?

... Poi$ agora pague. E ainda há-de ser insultado por i$$o, pela enésima vez, seu parvo de um c... (cubano!).
Que o AJJ tem garantida, agora como no passado, a cumplicidade e o mal disfarçado favorecimento, de Cavaco, de Marcelo, de Menezes, de Ferreira Leite, de tutti quanti... E a abstenção de Seguro. "Por amor a Portugal".

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Até que enfim: "Médicos perdem hoje a guerra dos genéricos"

Será desta? A prescrição por denominação comum internacional é obrigatória na Europa há mais de 20 anos, onde o médico apenas se preocupa da substância activa para tratar a doença, não age como defensor exclusivo, propagandista, beneficiário, de nenhuma marca em particular.

Será diferente desta vez? É uma guerra que em Portugal vem dos tempos de Leonor Beleza, que também por isso teve o lobby dos médicos, e das multinacionais dos medicamentos, à perna. Foi corrida. Por Cavaco Silva. O mesmo que ainda há um ano vetou um diploma nesse sentido, que tivera a oposição da Ordem dos Médicos, pois claro, mas também do PSD e do CDS.

Será diferente desta vez? Foram 25 anos perdidos, 25 anos a financiar interesses esconsos, 25 anos a afundar o SNS e a tirar do bolso dos utentes, tratados como incapazes, sem o direito de serem informados e fazerem as suas escolhas.

Será desta? A Ordem, os laboratórios (e as agências de viagens?), vão continuar ainda algum tempo a tentar semear o pânico junto dos doentes. E na Presidência da República está a mesma personalidade que sempre tem aparecido nesta guerra quando é preciso, como último recurso. Sendo que não há almoços grátis, em troca de quê?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pancadaria no Parlamento italiano

Um deputado italiano, Gianfranco Fini, líder do Partido Nacional e presidente do Parlamento revelou num programa televisivo que a mulher de outro deputado ─ o líder da Liga Norte, Humberto Bossi, uma espécie de Alberto João Jardim italiano ─ se reformou aos 39 anos. Os separatistas da Liga Norte reagiram com uma arruaça parlamentar, na imagem, no debate sobre o aumento da idade da reforma. Não que não seja verdade. Só que não devia ser dito. A "omertà", pelos vistos, não é só na máfia. Alguns exigem que se aplique aos deputados.

Ainda vão obrigar-me a ler o Rodrigues dos Santos

Aí temos mais uma vez a Igreja aos berros contra "O Último Segredo" de José Rodrigues dos Santos, e o mais caricato da história é que são eles que falam de "intolerância desabrida". Só falta que o acusem de "comunista inveterado", como fez o Osservatore Romano com Saramago e como fazia aquele outro católico fundamentalista de nome Salazar com todos os que o contrariavam.

Ponto de ordem à mesa: eu não gosto do José Rodrigues dos Santos, nem como apresentador do telejornal nem como escritor. Dos livros dele nunca li mais do que uma meia dúzia de páginas, apesar de saber que alguns, como o Anjo Branco, conta uma bela história, que merecia ser contada.

Mas lembro-me que me acontecia o mesmo com Saramago, quando o Governo de Cavaco Silva, por pressão da Igreja Católica, lhe censurou o Evangelho segundo Jesus Cristo. Aí fui ler. O Evangelho era um espanto e uma inquietação, "O Ano da Morte de Ricardo Reis" o melhor relato de uma cidade, de uma época, de um regime policial, o "Memorial do Convento" um monumento da literatura portuguesa...

Isto é, não fosse o ódio eclesiástico e a cretinice do cavaquismo contra tudo o que mexe (o subsecretário de Estado tem as costas largas!) e teria levado ainda uns anos a redescobrir Saramago. Porque tinha gostado muito do Saramago escritor nos seus editoriais do Diário de Notícias durante o Verão Quente. Mas tinha detestado o seu alinhamento e militância. O seu papel no saneamento dos 24. Entre os quais estava a jornalista, a escritora, a corajosa resistente antifascista, a minha boa amiga, Manuela de Azevedo.

É diferente a minha relação com José Rodrigues dos Santos, que considero um escritor menor. Ainda assim, a diatribe da Hierarquia apenas por ele ter dito o óbvio, que a Igreja vai nua... talvez me faça comprar mais um livro do sujeito. Mesmo que depois tenha de ficar a meio.

Fá-lo-ei porque me revoltam estes donos da verdade única a que temos direito. Porque por muito menos, há apenas uns duzentos anos, um outro escritor, bem mais divertido, morreu nas fogueiras da Inquisiçaõ: António José da Silva, o Judeu. Ah se eles pudessem ainda!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Depois da Primavera árabe o Outono islamista

Os islamistas triunfam na Tunísia, contra "a pesada herança" laica do regime anterior, culpado designadamente de ter despenalizado o aborto, enquanto na Líbia é proclamada "a sharia" e o primeiro exemplo que o líder dos rebeldes dá dos crimes de Kadafi é a passada limitação à poligamia, que readquire de novo todo o esplendor em nome do Corão.

Eu não sei se os aviões da NATO bombardearam hospitais e populações civis para derrotar Kadafi, se o ditador apalhaçado foi morto com requintes de crueldade semelhantes aos infligidos ao ditador Mussolini em 1945. O que não tenho dúvidas, porque salta à vista, é que "os aliados" jogaram à roleta russa com a Primavera líbia e se pretendiam abrir caminho a uma democracia mais respeitadora dos direitos fundamentais do que os regimes que ajudaram a derrubar o objectivo saiu-lhes furado.

Como no Afeganistão quando apoiaram os talibãs, de todas as maneiras e feitios, contra o regime progressista, laico, que se seguira à ocupação soviética. Os talibãs fizeram do Afeganistão um refúgio, e uma base, Al Qaeda, para os terroristas islâmicos? Pois chamem-lhes "moderados", convençam-se disso, e esperem-lhe pelo Inverno, "do nosso descontentamento", pela queda da Argélia e Marrocos, também, nas mãos dos fundamentalistas islâmicos.

"Os aliados" de hoje  ─ Obama, Cameron, Sarkozy ─ estão a ser tão ingénuos com os rebeldes muçulmanos como Churchill e Roosevelt a lidar com Estaline. Será que ainda há volta a dar-lhe? Esperemos sentados.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cavaco e a vaca que ri

Este é, cara Ana Sá Lopes, o tal sorriso das vacas que Cavaco viu nos Açores.  A rir de quê ? Pois do queijo suiço em que está transformada a Madeira ─ é verdade, Pedro Santos Guerreiro, eu também vi e contei uma data de coisas ─ com túneis caríssimos para todo o lado, e é só um exemplo, o que, de facto, "não é um problema de eleitores (da Madeira), é um problema de contribuintes (do Continente)- e devia ser um problema de tribunais"?


Suponho que não: a vaca que riu para Cavaco estava a lembrar-se da desculpa esfarrapada que não sabia de nada "pois se nem o Banco de Portugal se deu conta". Ele sabia. O Banco de Portugal até podia não saber: não tem os informadores privilegiados, os membros da Comissão de honra da sua candidatura, entre outros, tão bem colocados no aparelho madeirense. Nem está provado que o Banco de Portugal não tenha querido saber do que o caudilho fazia de mal como Cavaco em visita oficial esquivando-se a ouvir "o bando de loucos" da Oposição madeirense ─ lembram-se?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Visita do Papa paga pelo Estado e grandes empresas

Crise? Austeridade? A visita do Papa a Espanha nos próximos dias vai custar ao Estado espanhol cerca de 50 milhões de euros e isto é apenas metade dos gastos, o resto fica por conta de empresas como a Telefónica, o Corte Inglês e o Banco Santander.

De patrocínios se trata e tem contrapartidas, como relata o Público: A cambio del apoyo, Rouco (o cardeal de Madrid) se compromete con De la Vega a reducir las críticas al Gobierno. De resto, para que Sua Santidade não se sinta incomodado já se proibiu a chamada manifestação antipapa de se dirigir à tradicional Puerta del Sol, um direito de que sempre usufruiram até agora todos "os indignados" de Espanha. Em suma, defende o Estado laico, "indignem-se contra tudo o que quiserem, contra uma visita do Papa é que não".


De patrocínios se trata, directos e indirectos: La principal colaboración del Gobierno está en declarar la visita del Papa "evento de interés especial", al mismo nivel que la regata Ocean Volvo Race o unos Juegos Olímpicos. Esto supone que las empresas que financien la misma contarán con beneficios fiscales, que podrían alcanzar el 80% de los fondos.


Em Espanha ao menos fazem-se contas. Em Portugal nem isso.




segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crime ou parvoíce

Em Espanha, a resistência às agressões das agências de rating é um assunto sério. Exige-se que lhes congelem as contas bancárias, que cessem os pagamentos, que isto não pode ser como na China onde executam os condenados à morte com um tiro na cabeça e depois mandam a conta da bala à família do morto.  Vejam por esta capa do Público de lá., melhor que o do Belmiro todos os dias.

Por cá, todo o destaque vai para mais uma patacoada de um antigo assessor de Cavaco, que o próprio Presidente até parecia mal que dissesse o que disse no tempo de Sócrates, este Governo é dele. A Renascença dizia este César que falar mal desses chulos das agências era bater no árbitro. Aos jornais acrescenta que é monstruoso. Coitadinhas das agências que ganham balúrdios com a batota das bolsas, participam nos lucros dos grandes operações de usura internacional. A credibilidade do César! Além de próximo de Cavaco, anda pela Católica e é reaccionário até às unhas dos pés. Isto é, tem tudo para vingar na rádio, tv's e discos e nas cassettes piratas.

Monstruoso, diz ele. Monstruoso é empurrar o País para a desesperança total, confiados em que uma longa depressão, agora de dois anos no mínimo, lhes vai permitir fazer pouco da gente, agora que têm Governo, Maioria, Presidente, Autarquias, Sindicatos de Professores, Magistrados, as televisões e, globalmenmte, os jornais.  Agora, sim: "o que faz falta é ir para a rua lutar". Volta, Zeca, precisamos de ti.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Escutas na S. Caetano? Foi o News of the World.

Aparentemente, segundo o DN, Passos Coelho aproveitou estar entre amigos para largar uma bojarda capaz de abalar definitivamente a reputação do País junto dos mercados: disse que encontrou um "desvio colossal" nas contas. Respondeu-lhe João Galamba, do PS, como já o tinha feito na Assembleia a uma intervenção parecida do agitador Vítor Gaspar: o que é que o Governo descobriu que tinha escapado aos peritos da tróika?

Ainda não obteve resposta do Governo, que se saiba. O Presidente da República também ainda não disse nada sobre a descoberta de Coelho. Bem sabemos que agora "a ameaça" vem das agências de rating, contrariamente ao que acontecia há um ano, quando a ameaça ao crédito do País vinha do Governo Sócrates e por isso lhe puxou o tapete. Só que, sr. Presidente, a ser verdade essa vilania "colossal", pode ter-se mesmo verificado um "irregular funcionamento das instituições", tem que demitir o Sócrates outra vez, ou então, dissolver... a Oposição!

O Presidente não diz nada, o Governo não diz nada, ficam as perguntas: vale a desculpa, esfarrapada, que não foi o gabinete de Passos Coelho que mandou a noticia ao DN? Então quem foi? O News of the World? A Felícia Cabrita que já começou a fazer das suas? Ou a equipa da Manuela Moura Guedes que não gosta de algum Secretário? Ou o DN que pôs microfones na S. Caetano? 

Seja como for que a notícia foi parar aos jornais, resta a gravidade da afirmação em si. O que eu não gostaria de ouvir é que foi uma boca, entre amigos, assim do género "é carnaval e ninguém leva a mal", como aquela da entrevista ao miúdo numa escola de Vagos nos últimos dias da campanha. Um Primeiro Ministro que se respeita, e nos respeita, não cairia daí abaixo,

Convém saber. Do "desvio colossal nas contas" se o houver. Ou então do colossal despautério do nosso PM.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Voltou o discurso da tanga a quatro vozes

Foi-se embora José Sócrates, o único líder português que tentava puxar o País para cima e o ódio que lhe tinham por isso. Agora é o discurso da tanga, que voltou, revisto e aumentado, cantado a quatro vozes, e ainda faltam os sindicatos de magistrados e os professores, que tanto ajudaram a direita a tomar o poder.

Que eles precisam de um clima de depressão, longa e profunda, para realizarem os negócios deles. Ei-los  todos em coro, no Ministério das Finanças (Vítor Gaspar  ─ que é deles o grande falcão, ou, melhor dizendo, o corvo-mor! ─ foi o primeiro a lançar a boca de que vinham aí 9 trimestres de recessão!), no Banco de Portugal (Carlos Costa,  ─ que é deles, e tem alma de chefe de gabinete para não dizer moço de recados! ─, já tinha lançado o tema, em entrevista à Maria João Avillez, ─ outra que tal, chique a valer !─  ainda a recessão, dois trimestres consecutivos, não se tinha verificado), na Presidência da República (agora todo mãozinha de veludo com os sacrifícios e a caridadezinha, do antigamente, com que se entretém, enquanto pensa nos negócios!). Last but not least: Durão Barroso  ─ que é deles e de mais ninguém, tinha andado um pouco perdido mas voltou!  ─ já veio dizer ontem em entrevista à RTP que a recessão em Portugal é para durar mais dois anos pelo menos, tem de ser, "vamos fazer o que ainda não foi feito".

É um fartar vilanagem! Safam-se os professores, os magistrados, os militares, os donos do futebol e os polícias ─ querem apostar?

domingo, 10 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sacrificámos as golden shares em troca de quê?

Que é que Portugal ganha com o harakiri que o Governo acaba de fazer na questão das golden shares? Qual é a vantagem de termos um Ministro das Finanças que faz questão em aparecer como pau-mandado de Durão Barroso e do directório do Tribunal dos grandes? E qual é a pressa, que raio de soberania é esta? O Governo de Sócrates, ao menos, resistiu enquanto pôde.  honra lhe seja. Porque não vale a pena disfarçar: a partir de agora, como logo destaca a agência chinesa Xinhua, without golden shares, any national or foreign investor would be able to buy these companies.

Esse é que é o problema, o resto é areia que se atira para os olhos das pessoas. Não vale que o Tribunal Europeu decidiu está decidido. Que não é assim, por exemplo, com a França, a Alemanha, a Itália, e muito menos com o Reino Unido. Em França, assisti a isso, nem são precisas golden shares: sempre que se perfila a possibilidade de uma grande empresa francesa ser comprada por estrangeiros, o Ministro respectivo chama lá os interessados e diz-lhes: "Não queremos, parece mal, bem sabemos que têm esse direito, mas nós não gostamos de Vocês se fizerem isso, acabou-se e livrem-se de insistir".

Os grandes da Europa, que o Tribunal Europeu protege, os "padrinhos", de que Durão Barroso é o homem de confiança, resolvem assim o problema das suas empresas estratégicas: com uma "proposta" que ninguém pode recusar". Os pequenos, todos (Portugal estava até agora bem acompanhado) fazem resistência passiva, promovem a reestruturação desses direitos especiais, invocam um interesse estratégico fundamental.

A pressa do Governo Passos Coelho em agradar a Bruxelas chega a parecer obscena. E sobretudo não serve para nada. Horas depois do anúncio de Víctor Gaspar e das justificações esfarrapadas que arranjou estava uma agência de rating a atirar-nos para o lixo. Roma não paga a traidores.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Foi o Vitinho que disse...

Foi só ouvir o Vitinho, um rapaz de Chicago e falcão como eles,  a clamar aos quatro ventos que Portugal tem pela frente 9 trimestres de recessão, ainda só passaram dois, e a mafia americana dos ratings foi logo despachar-nos para a categoria de lixo. Aposto que há gente que vai ganhar muito dinheiro com isso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

PSD adia redução do número de municípios

Todos os dias se adia alguma coisa: primeiro foi o TGV, depois o Aeroporto, a seguir as escolas do primeiro ciclo, e também os estaleiros de Viana, agora os municípios. Só não adiou o corte do 13º mês. De facto, ainda só leva duas semanas e este Governo
  • já adiou o TGV para Madrid ─ apesar de ser “um projecto europeu, com financiamento europeu e integrado numa rede transeuropeia prioritária” como assinalou o ministro espanhol do Fomento José Blanco; 
  • já adiou a reestruturação dos estaleiros de Viana ─ apesar do respectivo plano ter sido da iniciativa da empresa, discutido desde Fevereiro e aprovado em Junho nos últimos dias do anterior Governo que não quis fugir às suas responsabilidades; 
  • já adiou o plano de encerramento de 654 escolas do 1º ciclo com menos de 21 alunos ─ duramente negociado com os autarcas ao longo dos últimos anos; 
  • e acaba agora de adiar a redução do número de municípios  ─ que essa é a notícia do artigo da jornalista Sónia Cerveira no i e não a possível mexida em 1500 freguesias que fazem a manchete e que não levantam qualquer problema.

O que diz Sónia Cerdeira, no artigo que originou a manchete de hoje no i. Que "o governo pretende cortar entre mil e 1500 freguesias no país na reestruturação da administração local que vai levar a cabo, apurou o i. Porém, o PSD deve evitar mexer no número de municípios, um ponto mais sensível e que ficou em cima da mesa depois da passagem da troika por Portugal".E que "o Memorando de entendimento entre Portugal, Bruxelas e o FMI prevê a redução significativa do número de câmara municipais e juntas de freguesia até Julho de 2012".

"Redução significativa do número de câmara municipais". Sabia que na ilha das Flores, com 2429 votantes (o que interessa é o nº de votantes, que o nº de inscritos não é de fiar) nas últimas autárquicas, tem duas câmaras municipais  ─ Santa Cruz das Flores e Lages das Flores   ─ , e uma média de 200 votantes por vereador em exercício?
Que na Ilha de S. Jorge, 6.174 votantes, também há duas câmaras municipais  ─  Velas e Calheta?
Que no Pico, 9.277 votantes em 2009, há três câmaras e 15 vereadores  ─ na Madalena, em S. Roque e nas Lages do Pico?
Que Porto Moniz, na Madeira, é uma câmara com  2.255 votantes e continuidade territorial com o concelho de S. Vicente, que não teve mais de 3.782 eleitores? Ou com a Calheta, que não passou dos 7.210 mas elegeu 7 vereadores?
Que em Barrancos, no Alentejo, os votantes, para os cinco vereadores da câmra, não ultrapassaram os 1.218? Que Mourão teve 1.872? 
Que se juntássemos Barrancos com Moura, Mourão com Reguengos, Redondo com Alandroal, Borba com Vila Viçosa, Campo Maior com Arronches, Marvão com Castelo de Vide, teríamos ainda concelhos com menos de 10 mil votantes ─  que é o nº mínimo, de inscritos, para a criação de um novo concelho, para além da obrigação de ter pelo menos uma farmácia, uma agência bancária, uma casa de espectáculos, além de "um posto de assistência médica com serviço de permanência"?
Que no rol dos concelhos minúsculos  ─  em que, se descontarmos o FEF, "as receitas não são suficientes para a prossecução das atribuições de uma câmara municipal"  ─  está Boticas, Ribeira da Pena, Sabrosa, Mesão Frio, Vimioso, Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta, Santa Marta de Penaguião, Penela, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Penamacor, Avis e Sousel, Góis e Oliveira de Frades, entre muitos outros?
Só que, meus meninos, mais de 90% destes concelhos são governados pelo PSD. E, por isso, mesmo quando as autárquicas lhe corriam mal sempre o PSD assegurava a maioria dos concelhos, do Continente e Ilhas, e o domínio do poder local?

"Redução significativa do número de câmaras municipais"? A troika não sabe onde se meteu. Se soubesse bem podia ter pedido mais um imposto sobre os rendimentos das pessoas singulares. Nisso o PSD/CDS até antecipava de 6 meses o anúncio, de maneira a criar mais infelicidade e prolongar por mais trimestres a depressão. Agora redução do nº de municípios? Isso não se faz ao Ministro Relvas que tão bem conhece, e quer continuar a conhecer, no sentido bíblico do termo, o aparelho do PSD.

Sim Senhor Ministro

Todos os anos no Verão, quando chega o mês de Julho e já gastou o Orçamento do ano inteiro, Alberto João Jardim avisa (tanto avisa o inefável Alberto!): cuidado com a Madeira, agarrem-nos senão... escolhemos a Independência!

Pois desta vez o inefável Alberto e os seus sequazes do Jornal da Madeira, que nós pagamos, não ficaram a falar sozinhos: o Ministro Álvaro respondeu-lhe por antecipação: nada a opor. Um imenso coro de apoio ecoou pelo Contenente inteiro: Independência da Madeira Já, em frente, marche, dr. Alberto João! Faça-se um referendo sobre a Independência da Madeira mas aqui: que "nós é que temos de decidir se queremos continuar a sustentar um regime paternalista que nos custa milhões, a troco de insultos do soba", como advoga o perplexo.

E eu que não gostava do Ministro Álvaro que conhecia apenas do seu blog e das televisões, onde achava que tinha um discurso ao nível de uma Manuela Moura Guedes, tendo até menos influência do que ela na escolha dos secretários de Estado num Governo de Passos Coelho. Afinal o Ministro Álvaro é um profeta a anunciar a boa nova da independência da Madeira, quando quiserem e boa viagem, sem retorno, que não deixam saudades. Sim Senhor Ministro, Independência da Madeira Já, como aqui já se defendeu, em mais de uma dúzia de reportagens, que lá fizemos e documentámos...


domingo, 3 de julho de 2011

Os caciques que paguem a crise

Claro que tb me irrita o anunciado novo imposto, que me vai levar metade do subsídio de Natal e que implica um intolerável “sacrifício” que o FMI não quis, que o Presidente da República condenou com toda a "virulência anti-socialista" na tomada de posse e contra o qual o PSD/CDS  moveu campanha e por muito menos achou/acharam que era urgente e indispensável derrubar o Governo anterior. Mais: para mim é um roubo que me fazem à descarada, um crime premeditado: ainda andavam a dizer que não aumentavam impostos e já Catroga e Passos andavam a tramar esse imposto extraordinário. Claro que não me conformo. Os políticos (mentirosos) que paguem a crise.

Tanto mais, que se é para reduzir o défice, eu não contribuí para ele, sempre trabalhei no privado e paguei todos as contribuições e impostos. Se querem fazer economias no Estado que cortem nos professores com promoções a eito, nos magistrados com chorudos subsídios de renda de casa isentos de impostos, nos militares superiores, e nas respectivas reformas douradas, a 100%, que pouco lhes custaram a ganhar, só começaram a descontar para elas nos anos 80. Os funcionários (privilegiados) que paguem a crise.

Mas o que mais me irrita é que o roubo descarado que me vão fazer (bem pior do que a retenção no Governo do Bloco Central do 13º mês que então foi pago em títulos do tesouro) não vai servir senão para alimentar as clientelas. Viram a primeira medida concreta do ministro Nuno Crato, aliás pródigo em ideias gerais que até parecem aceitáveis? Suspender o encerramento das 650 escolas que não têm 21 alunos, uma média de 5 alunos por classe, nem uma partida de futebol de salão podem fazer entre eles, além das dificuldades em ter aproveitamento sem colegas de estudo. Conheci casos, de professores que não passavam os alunos para não lhes fecharem a escola, de autarcas que pagavam prémios aos professores para aguentarem essas situações.

Pois o que fez Nuno Crato foi ceder ao facilitismo, ele que tantas postas de pescada, de exigência e rigor, arrotou, na discussão do OE. Como na história do encerramento das maternidades, ganha a demagogia do poder local. Vai-nos custar os olhos da cara. É para isso que serve o dinheiro que me tiram? Os caciques que paguem a crise.
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sábado, 2 de julho de 2011

A minha América... chama-se Instituto Gama Pinto e viva o SNS!


─ Cheguei hoje dos Estados Unidos, fui lá ser operado, claro que correu tudo bem, como não podia deixar de ser, os americanos são os melhores, em tudo, digo-vos eu. Se foi caro? Claro, o que é bom… Mas valeu a pena. sinto-me como novo.

Segundo um conhecido meu, que foi secretário de Estado da Saúde há coisa de 20 anos, com vivenda, e estatuto, em Cascais, além de uma experiência ímpar no mundo dos negócios, era assim que se passava no seu círculo de relações: um dia o operando avisava a secretária que não contassem com ele nos próximos quinze dias ou três semanas, que tinha de ir a Boston, ou a Miami, ou a Los Angeles, ou a Seattle ─ quando se trata dos Estados Unidos fica sempre bem indicar um local preciso, revela a familiaridade que se tem com “o Grande País”. Quando voltasse diria mais, para já não queria que se soubesse o que lá ia fazer, era segredo ─ a melhor maneira de criar suspense, à cautela contava o mesmo a dois ou três dos seus colaboradores, sempre a pedir segredo, que era a melhor maneira de a informação se propagar.

Lançado assim, em segredo, o rumor da sua ida à América, por questões de saúde, restava-lhe ir a casa fazer a mala e ingressar, em segredo, como previamente combinado com o seu médico, no Hospital de S. José, ou nos Capuchos, ou no Santa Maria, ou na Clínica de Santa Cruz, onde, ele bem sabia, tinha os melhores profissionais de saúde, algumas vezes seus amigos pessoais, além do melhor equipamento, as melhores condições técnicas (mesmo quando a hotelaria deixava a desejar!) e fazia-se operar ao que fosse, discretamente, beneficiando do tratamento de qualidade que o SNS oferece. Tinha o melhor. E quando voltasse à empresa… fazia um vistaço, com a história dos “States”, dois em um.

Pois, a bem dizer, segui o caminho que me apontou há 20 anos o eng. Costa Freire, secretário de Estado de Leonor Beleza, lembram-se?. Acabo de regressar… da América, que excelência de tratamento, fui operado às cataratas, agora vejo tudo, ponham-se a pau comigo. A minha América, está-se mesmo a ver, não fica longe. Tratou-me nas palminhas, foi atenciosa e competente, a todos os níveis, melhor é impossível, nem sei como agradecer. Chama-se Instituto Gama Pinto. Que grande Serviço Nacional de Saúde temos nós, vou-vos contar.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Os "killing fields" do Cambodja







Já lá vão mais de 30 anos. Apoiados pelos comunistas chineses, os "khmers vermelhos" entraram em Phnom Penn em 17 de Abril de 1975, estávamos nós em campanha para a Constituinte, ia seguir-se o Verão quente, algumas tentativas revolucionárias, mas a situação iria normalizar-se aopós o 25 de Novembro. Menos sorte tiveram os camdodjanos cujo prec sangrento iria durar até finais de 1979 e massacrar um terço da população, famílias inteiras, incluindo crianças, que, diziam "as ervas daninhas têm de ser arrancadas até à raiz".

Alguns dos seus máximos responsáveis começam agora a ser julgados por um tribunal internacional. Estive o ano passado em Choeng Ek, um dos "killing fields" de má memória. E também numa prisão de Phnom Penn famosa pelas torturas que aqueles maoistas infligiam aos presos. Aí vi escritos os "dez mandamentos" que os torcionários distribuíam a cada preso à entrada, iguaizinhos aos que 20 anos antes os estalinistas russos seguiram na Europa de Leste, como revela o filme de Costa-Gavras sobre os processos de Praga. Em tudo semelhantes aos que nos anos 30 se aplicaram na Rússia nos chamados processos de Moscovo.

A prova que de tragédia em tragédia a História se repete mesmo. Em Portugal é que ninguém sabe disso. Pior do que tudo os que tudo apoiaram, em nome da classe operária e da libertação dos trabalhadores da opressão, nunca se arrependeram.

terça-feira, 21 de junho de 2011

"Lições da Argentina" para os nossos "rapazes de Chicago".



Toma posse hoje o Governo de Passos Coelho. Talvez seja a altura de notar que alguma coisa se fez antes, e apesar, da reeleição de Cavaco e da ofensiva que conduziu ao triunfo da direita, que a partir de agora "todo lo quiere y todo lo manda".


Desde os tempos de Salazar que a direita não acumulava tanto poder em Portugal. Tem a Presidência da República, e de que maneira, lembrem-se do discurso da tomada de posse, manda no Governo, a sua vontade é lei na Assembleia, domina as autarquias, consolida-se no ensino (acabaram-se as guerras da avaliação de professores, já tinha sido votado), triunfa na justiça (Paula Teixeira da Cruz esteve com os sindicatos de magistrados e o lógico é que os sindicatos de magistrados estejam agora com ela), faz opinião nos media, que também ganharam no 5 de Junho e é justo que também sejam recompensados, enfim, vai ganhar ainda mais dinheiro nos negócios, incluindo nos "negócios estrangeiros", e é a isto que se chama o relançamento da economia liberal.


Vêm aí "os rapazes de Chicago", em sentido próprio, eu vi a chegada triunfal ao Aeroporto da Portela do Ministro Álvaro Santos Pereira vindo dos States... Eu que sou velho desconfio um bocado destes "rapazes de Chicago". Lembro-me do Chile dos anos 70 em que deram com os burros na água apesar da protecção do ditador Pinochet. E lembro-me ainda mais da Argentina de Carlos Menem, sob a batuta do superministro Cavallo. Uma experiência em tudo semelhante à que se vive em Portugal, com o império do euro e do FMI. Reparem neste relato do New York Times:
  • The Argentine crisis was the consequence of a decade of I.M.F.- and World Bank-sponsored free market economic reforms, which included pegging the peso to the U.S. dollar on a 1 to 1 exchange rate. This all but eliminated the ability to conduct independent monetary policy -- much like the euro arrangement today. All barriers to trade and financial flows were removed, and all state enterprises were privatized. The 1994 privatization of its social security system alone explains Argentina's explosive debt accumulation between 1994 and 2001 and the resulting default.

  • Argentina's policy framework proved too restrictive when a recession set in during the last quarter of 1998. When external sources of funding dried up, Argentina turned to the I.M.F., which recommended the same austerity policies currently being promoted for Greece (and Ireland, Portugal and Spain). The I.M.F.-promoted spending cuts only deepened the Argentine recession, as any introductory macroeconomics student would have predicted. By 2001, the recession had turned into a depression, making accumulated debt impossible to service and resulting in enormous capital flight, a run on deposits and the largest sovereign default in history.
 After the default and the January 2002 devaluation, Argentina's economy continued to contract for only one more quarter. By the second quarter of 2002, Argentina's economy began to grow and did not stop until 2009, when the global financial crisis made its impact felt there. The doom and gloom predictions of what would happen after default never materialized. Furthermore, after defaulting, Argentina no longer needed to access international capital markets, eliminating their stronghold on Argentine economic policy
 
  • Greece (and Ireland, Portugal and Spain) should learn lessons from Argentina's experience. First, the I.M.F. still promotes policies that inevitably make matters worse, demonstrating an inability to learn from past mistakes. Second, default can be a solution, since it can end an unsustainable situation, frees up fiscal resources for more productive use and eliminates the need for access to bond markets. And third, regaining control of the national currency and the ability to conduct independent monetary and fiscal policies are essential for economic recovery.
 Pois aí fica a história de um problema e de uma solução: temos o que aconteceu à Argentina nas mãos dos falcões do liberalismo, sem soberania monetária e à mercê do dólar. E temos a recuperação quando os argentinos deixaram de querer governar com o FMI. "Pensa, Panchito, pensa".

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bin Laden morreu? Para os americanos foi um 25 de Abril

A morte de Bin Laden, historicamente, o que é que lhe faz lembrar? É a pergunta de um blogue, o Cafferty File, associado à CNN, a decorrer no momento. Respondi de imediato mentalmente duas coisas:
  • a queda do Muro de Berlim?!.
  • não, para mim, como português uma alegria tamanha só a vivida com o 25 de Abril.
Se virmos bem, foi assim que os americanos celebraram a notícia da morte de Bin Laden, uma libertação, um orgulho, uma promessa de futuro... como um 25 de Abril português. Assassinaram-no? É verdade e não achei mal. Foi feita justiça. Justiça sumária? Era o que merecia.

O extremista Bush dizia que ia mandar à caça de Bin Laden, como nos filmes do Oeste: PROCURA-SE, morto ou vivo. Aparentemente, o moderado Obama nem sequer quis que o apanhassem vivo, terá dado ordem que o executassem e se desfizessem do corpo quanto antes. Claro que também já se diz por aí que nada disso: Osama bin Laden já estava morto, quando os americanos lá chegaram.

QUERO LÁ SABER. É em ocasiões como esta que eu vejo como tenho mudado. A pena de morte? A presunção de inocência? A exigência de um processo judicial com todas as garantias? Dou comigo a pensar que no caso de Bin Laden eram formalidades talvez desnecessárias. E muito perigosas.

Lembram-se do processo de Sadham Hussein, que tinha mandado dizimar uma aldeia inteira porque lá tinha ocorrido uma falhada tentativa de atentado contra ele, que tinha mandado gazear os curdos aos milhares, que inventava inimigos e os fazia executar nas próprias reuniões do comité central do seu partido? Pois acabámos, acabaram muitos, cheios de pena do Sadham.

Pior seria um julgamento mediático com Osama Bin Laden como réu. Multiplicavam-se as bombas, as intifadas, os combates de rua, os mortos aos milhares, em todo o Mundo, cada vez que lhe interrompessem os discursos, as proclamações, os apelos ao ódio. Mais dois, três, muitos atentados suicidas com aviões, como o das Torres Gémeas contra as pessoas comuns que lá trabalhavam? Mais dois, três, muitos atentados à bomba em comboios das cercanias de Madrid às horas de ponta? Mais dois, três, muitos atentados em autocarros, no metropolitano, como em Londres? Mais...?

Os americanos acharam que nada os obrigava a correr esse risco. Executaram-no sumariamente. Nem sequer revelaram a foto de Bin Laden morto, que havia de ser uma imagem de adoração. Fizeram bem.

Claro que algumas televisões portuguesas, como a RTP, em lugar de lembrar os crimes de Bin Laden, passaram o dia a exigir as provas da sua morte, que em Marraqueche ninguém acreditava, e o repórter da RTP tinha ouvido uma estranha teoria da conspiração de um muçulmano e meio.

Pois digo eu, que não tenho mandato para defender os americanos, fizeram eles muito bem. Sobretudo não oiçam, não vejam, não leiam os media portugueses. Não interessam para nada.


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Hino a Passos Coelho - oiça bem o que eles dizem!


O culto da personalidade, as cadelas apressadas, os excessos de zelo... pregam partidas. O que eles dizem é que "está na hora de mudar Passos Coelho".

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu gosto é do Público espanhol.


Eu cá todas as manhãs para saber as notícias que me interessam leio o Público, espanhol:
E fico logo com uma ideia do que se passa, em Portugal e arredores.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mesmo nos tempos mais tristes...


Some things in life are bad
They can really make you mad
Other things just make you swear and curse.
When you're chewing on life's gristle
Don't grumble, give a whistle
And this'll help things turn out for the best...

And...always look on the bright side of life...
Always look on the light side of life...

If life seems jolly rotten
There's something you've forgotten
And that's to laugh and smile and dance and sing.
When you're feeling in the dumps
Don't be silly chumps
Just purse your lips and whistle - that's the thing.

And...always look on the bright side of life...
Always look on the light side of life...

For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow.
Forget about your sin - give the audience a grin
Enjoy it - it's your last chance anyhow.

So always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath

Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke, it's true.
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you.

And always look on the bright side of life...
Always look on the right side of life...
(Come on guys, cheer up!)
Always look on the bright side of life...
Always look on the bright side of life...
(Worse things happen at sea, you know.)
Always look on the bright side of life...
(I mean - what have you got to lose?)
(You know, you come from nothing - you're going back to nothing.
What have you lost? Nothing!)
Always look on the right side of life...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Não há almoços grátis" ─ diz um cavaquista


Aqui há gato. Conta o Diário de Notícias:
Oliveira e Costa, eu conheci-o no Ministério das Finanças, é um homem inteligente, que não dá ponto sem nós. Como é que se predispôs a perder, ou dar a ganhar, assim do pé para a mão, 275 mil euros? Com que fito? Em troca de quê?

Já fiz a pergunta? Pois continuarei a perguntar. Até que o inferno gele.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Passos sem maioria? Deus não dorme


Passos sem maioria? Para agarrar o Poder todo, de uma vez, e assim poderem, com todas as bênçãos do Céu, "criar dois, três, muitos BPN's", que as grandes fortunas fazem-se em tempos de crise, foram os primeiros a cavalgar a onda levantada por Cavaco na tomada de posse, e para agradar ao chefe empurraram o Governo borda fora, mesmo se com isso atiravam o País às feras. E não vão conseguir?!

Sei que a sondagem é de antes da rendição de Sócrates. Que o PSD e Cavaco tiveram até agora a ajuda militante dos media, das agências de rating, dos professores, dos magistrados, da extrema esquerda mais poderosa da Europa Ocidental, dos especuladores de fora e dos banqueiros de dentro, incluindo o actual Governador do Banco de Portugal. Assim ganharam o PSD e Cavaco as duas primeiras batalhas: derrubar Sócrates e obrigá-lo a pedir o resgate.

Mas se apesar disso tudo não obtivessem a maioria absoluta. Nem com a contribuição do seu apêndice, o CDS/PP?! Nem mesmo com os seus aliados professores, bloquistas, juizes sindicalizados, demagogos, de extrema direita tanto como de extrema esquerda? Demasiado bom para ser verdade. Seria a prova provada que "Deus não dorme". Que o crime não compensa. E para além do mais, ah, meus irmãos, como seria divertido ver o Chefe Cavaco em dificuldades para descalçar essa bota!

quarta-feira, 23 de março de 2011

A solução para a crise: Criar dois, três, muitos BPN's

Nunca tantos falaram tão mal da gente. Em poucos minutos a notícia deu a volta ao Planeta. Portugal é notícia nos antípodas:

Melbourne AgePortugal struck by new debt turmoil on summit's eve

Causa perplexidade no Yahoo, via AFP:
LISBON (AFP) – Portuguese Prime Minister Jose Socrates resigned Wednesday on the eve of a key EU summit on the eurozone debt crisis after parliament rejected his minority government's latest austerity plan(...)
A nossa fama atinge as Américas, do Canadá...
...ao Brasil
Estado de S. Paulo: Premiê português renuncia após veto à proposta do governo de ajuste fiscal

Belo título, hem, no maior jornal do Brasil, são as potencialidades do acordo ortográfico sobre a língua portuguesa. Aí temos a queda do nosso "Premiê" a ombrear por asim dizer com o desaparecimento da Elisabeth Taylor ou com os incidenbtes dos bombardeamentos da Líbia.


Podem limpar as mãos à parede, os políticos como os media, portugueses. Repararam no chinfrim que a demissão de Sócrates desencadeou nas televisões? Que sentido de equilíbrio, para não dizer outra coisa. Como notou o Valupi é assim a modos que uma asfixia democrática à maneira:

Não há um único comentador ligado ao PS nas televisões a ditar sentenças acerca dos discursos da noite. Já só falta ilegalizar o partido.

Ainda hão-de chegar lá! O slogan de Guevara, que deu no que deu, era Criar dois, três, muitos Vietnames. Ganhando quem sabemos, com os patrocínios que se conhecem, o que ainda vai dar grandes dividendos neste País, as riquezas que se fazem em tempos de crise, vai ser
Criar dois, três, muitos BPN's
You ain't seen nothing yet, como dizia o Ronald Reagan.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Um Presidente enrascado


Viram as desculpas de mau pagador que o homem "postou" no facebook dele? É tudo uma questão de interpretação, diz ele: "abusiva ou distorcida". Obviamente, é sempre assim, não diz quem abusou dele e em quê. Ou o que das suas palavras sábias e justas foi distorcido e como. O que ele merecia sei eu!

Não se portou ele como um Presidente de facção em vez de assumir a representação de todos os portugueses? Faccioso foi desde o primeiro dia em vez de abrangente! Mesquinho e limitado em vez pessoa de ideias largas como se exige de um "máximo magistrado da Nação".

Por que carga de água é que pela primeira vez na história da democracia ape
nas um sector do Parlamento, aliás minoritário, aplaudiu o seu discurso? Ouviram mal e devem cumprir o castigo de ouvir tudo outra vez?

Razão tem o meu amigo Avelino Rodrigues, que me disse no facebook: O pior é metade do país, que lhe dá palmas e se revê naquelas lições de professor primário da província, que acha que descobriu a pólvora. Com mil pedidos de desculpa à província e aos professores.

Faccioso, provinciano, mesquinho, vingativo, demagogo, catastrofista, como lhe chamaou a imprensa lá fora. Portou-se como uma Deolinda, um daqueles Homens da Luta, que também ganharam uma eleição, como muito bem explicou o Eduardo Pitta. Manifestamente quis passar a mão pelo pelo da alegada "geração à rasca" e saiu da manobra... um Presidente enrascado.

Um desespero! E ainda faltam 1824 dias para o homem se ir embora.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Faltam 1826 dias para o homem se ir embora

Mais 5 anos de Cavaco, que pesadelo! São 60 meses, 1826 dias (que 2012 é bissexto!) de inventonas, (como a das escutas!), de queixas aos media, de lições de moral, de negócios de amigos, de vetos mesquinhos, de leis promulgadas mas descredibilizadas por si mesmo à nascença, de petulância, de política de bota-abaixo, de falta de coragem para demitir o Governo , se pensa o que está a dizer neste seu discurso de posse.

Fala com o rei na barriga, prega como Frei Tomás, olhai para o que eu digo não olheis para o que eu faço, "prioridade ao mérito sobre a filiação partidária", um desaforo total! E vamos ter de aturar isto por mais 1826 dias, e é bem feito, não devíamos ter ficado em casa mais de 53,48% de nós. Por isso 2.231.603 cavaquistas levaram a melhor sobre 9.656.797 eleitores inscritos.

1826 dias é uma eternidade, tenho dúvidas se conseguirei chegar ao fim desta apagada ew vil tristeza. Os meus filhos e netos chegarão, "jovens que não se revêem na forma de fazer política" deste personagem. É a vantagem de vivermos em República, "não há mal que sempre dure", um dia o homem há-de -se ir embora. São as minhas únicas "razões de esperança" neste dia de luto nacional.

terça-feira, 8 de março de 2011

Chama-se fascismo...


Invadir uma reunião interna de um partido político, como aconteceu ontem em Viseu, é uma prática introduzida há 90 anos em Itália pelos "fascios" de Mussolini, como contou Bertolucci, e chama-se fascismo, com todas as letras, e o resto são cantigas, mesmo que ganhem festivais, aliás pelo mesmo método de votação, e com o apoio dos mesmos animadores de blogues que fizeram de Salazar "o maior português de sempre" e Álvaro Cunhal "o segundo maior".

Pasma-se, mas não muito, com a cobertura simpática que alguns jornais dedicam à proeza de tais arruaceiros, desculpando-os e promovendo-os : "só queríamos expor a nossa palavra, ter um espaço onde pudéssemos falar, já que ninguém nos ouve" . A canalha de Mussolini que marchou sobre Roma em 1922 tinha um discurso igualzinho.

Fascismo em bicos de pés. Não admira que Alberto João Jardim esteja com eles.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cheira a poder, cheira a dinheiro!

Genéricos, não. A quem interessa o veto de Cavaco? Aos doentes seguramente que não, que não se lhes permite escolher pagar menos por medicamentos cujas propriedades conheçam. Vejam os elogios que não se fizeram esperar. Com a grande medida: que «o Presidente da República devolveu ao Governo, sem promulgação, o diploma que prevê a obrigatoriedade da prescrição de medicamentos mediante a indicação da sua denominação comum internacional (DCI), ou nome genérico, bem como a obrigatoriedade da prescrição electrónica», lê-se num comunicado divulgado na página da Internet da Presidência da República.

Porquê, para quê? Sigam o rasto do dinheiro. Perguntem-se: a quem aproveita? Preparem-se, preparemo-nos todos, para seguir a pista dos negócios, dos novos BPNs, que aí vêm, que já cheira a poder. A luta continua. Cavaco ao serviço dos grandes laboratórios e multinacionais, que assim podem impor "no mercado" os medicamentos mais caros da mesma substância activa, através de algum médico que tenham avençado? Especulem à vontade: desta vez o Presidente reeleito nem quis conversas, vetou e pronto.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Série "Para mamar assim é preciso nascer duas vezes"

Importa-se de repetir?!
Sisa referia-se a casa que nunca foi construída
No Público de hoje. Afinal a realidade é muito mais criativa do que aquilo que se supunha, quem não chora não mama, e o personagem central desta história chora muito e por isso mama tanto ─ ofertas dos amigos de infância (e quem é que diz que não há almoços grátis?), enganos benfazejos das finanças, apoios de grandes vedetas da rádio, tv e disco, dos senhores do BPN (Você acredita nos glutões?), dos colégios privados, da hierarquia da Igreja, e da maioria expressa nas urnas dos cfrédulos eleitores. Veja-se a notícia:
Por José António Cerejo
Os dados de avaliação constantes da caderneta predial da Casa da Coelha referem-se a casa de área inferior à que viria a ser construída.

As Finanças de Albufeira avaliaram a propriedade onde Cavaco Silva tem a sua casa de férias no pressuposto de que lá estava uma moradia, quando, afinal, estava lá uma outra com quase o dobro da área. A avaliação feita refere-se a um terreno com uma casa cuja construção foi licenciada em 1994, com uma área coberta de 252 m2, mas que acabou por nunca ser erguida. Em vez dela foi feita uma outra, a Gaivota Azul, que o então professor de Economia adquiriu em 1998, quando ela se encontrava em fase adiantada de construção na aldeia da Coelha, dando em troca a sua antiga vivenda Mariani, situada em Montechoro.

Cavaco Silva e a empresa então proprietária do lote da Coelha e da casa aí em construção, a Constralmada, atribuíram às duas propriedades o mesmo valor de 135 mil euros (27 mil contos). Por isso mesmo não houve lugar a pagamento de sisa na altura da permuta, tendo as Finanças aberto de imediato um processo de avaliação da propriedade da Coelha, como mandava o Código da Sisa, devido ao facto de a mesma não estar ainda registada nas Finanças
(...)
E por aí adiante, leia tudo, isto e o que ou muito me engano ou a procissão ainda vai no adro, vem aí mais um discurso rancoroso, que ele há-de conseguir tapar o sol com uma peneira! Uma história deliciosa, depois das acções a pataco, e a "nossa querida casa de que gostamos tanto", quem não gostaria de acções e casas assim. Para aqueles que diziam que tudo se resumia a vizinhanças estranhas, "que culpa tem o homem?"

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Islão mostra a sua força... em Paris.



Provocatório? Demonstração de força, pelo menos. A mensagem é "o que o Estado francês diz a nós não nos afecta". O mais preocupante é que o Estado francês é rigorosamente laico, não tem concordata com a Santa Sé desde que o Governo colaboracionista de Vichy foi varrido do mapa no pós-Guerra, nunca vi uma procissão nas ruas de Paris, nem missas ao domingo em nenhum canal de Televisão, nem programações "adequadas às quadras religiosas que atravessamos", como em Portugal.

Por exemplo, esta reivindicação tão portuguesa dos colégios católicos, que reivindicam o direito de custar mais ao Estado do que o ensino público, e andam de língua na boca com o Dr Portas e o Prof Cavaco numa cruzada, antigovernamental, em que vale tudo, de Norte a Sul, em França seria inconcebível. Nem o Le Pen é tão reaccionário!

Sou ferozmente tolerante, respeitador de todos os credos, e concepções de vida. Mas há um limite: que nenhuma religião pode colocar-se acima do Estado e usufruir de privilégios e benesses que os demais cidadãos não têm. Em França como em Portugal.