Os islamistas triunfam na Tunísia, contra "a pesada herança" laica do regime anterior, culpado designadamente de ter despenalizado o aborto, enquanto na Líbia é proclamada "a sharia" e o primeiro exemplo que o líder dos rebeldes dá dos crimes de Kadafi é a passada limitação à poligamia, que readquire de novo todo o esplendor em nome do Corão.
Eu não sei se os aviões da NATO bombardearam hospitais e populações civis para derrotar Kadafi, se o ditador apalhaçado foi morto com requintes de crueldade semelhantes aos infligidos ao ditador Mussolini em 1945. O que não tenho dúvidas, porque salta à vista, é que "os aliados" jogaram à roleta russa com a Primavera líbia e se pretendiam abrir caminho a uma democracia mais respeitadora dos direitos fundamentais do que os regimes que ajudaram a derrubar o objectivo saiu-lhes furado.
Como no Afeganistão quando apoiaram os talibãs, de todas as maneiras e feitios, contra o regime progressista, laico, que se seguira à ocupação soviética. Os talibãs fizeram do Afeganistão um refúgio, e uma base, Al Qaeda, para os terroristas islâmicos? Pois chamem-lhes "moderados", convençam-se disso, e esperem-lhe pelo Inverno, "do nosso descontentamento", pela queda da Argélia e Marrocos, também, nas mãos dos fundamentalistas islâmicos.
"Os aliados" de hoje ─ Obama, Cameron, Sarkozy ─ estão a ser tão ingénuos com os rebeldes muçulmanos como Churchill e Roosevelt a lidar com Estaline. Será que ainda há volta a dar-lhe? Esperemos sentados.
Mostrar mensagens com a etiqueta Islão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Islão. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, 25 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O Islão mostra a sua força... em Paris.
Provocatório? Demonstração de força, pelo menos. A mensagem é "o que o Estado francês diz a nós não nos afecta". O mais preocupante é que o Estado francês é rigorosamente laico, não tem concordata com a Santa Sé desde que o Governo colaboracionista de Vichy foi varrido do mapa no pós-Guerra, nunca vi uma procissão nas ruas de Paris, nem missas ao domingo em nenhum canal de Televisão, nem programações "adequadas às quadras religiosas que atravessamos", como em Portugal.
Por exemplo, esta reivindicação tão portuguesa dos colégios católicos, que reivindicam o direito de custar mais ao Estado do que o ensino público, e andam de língua na boca com o Dr Portas e o Prof Cavaco numa cruzada, antigovernamental, em que vale tudo, de Norte a Sul, em França seria inconcebível. Nem o Le Pen é tão reaccionário!
Sou ferozmente tolerante, respeitador de todos os credos, e concepções de vida. Mas há um limite: que nenhuma religião pode colocar-se acima do Estado e usufruir de privilégios e benesses que os demais cidadãos não têm. Em França como em Portugal.
domingo, 11 de abril de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)