Os islamistas triunfam na Tunísia, contra "a pesada herança" laica do regime anterior, culpado designadamente de ter despenalizado o aborto, enquanto na Líbia é proclamada "a sharia" e o primeiro exemplo que o líder dos rebeldes dá dos crimes de Kadafi é a passada limitação à poligamia, que readquire de novo todo o esplendor em nome do Corão.
Eu não sei se os aviões da NATO bombardearam hospitais e populações civis para derrotar Kadafi, se o ditador apalhaçado foi morto com requintes de crueldade semelhantes aos infligidos ao ditador Mussolini em 1945. O que não tenho dúvidas, porque salta à vista, é que "os aliados" jogaram à roleta russa com a Primavera líbia e se pretendiam abrir caminho a uma democracia mais respeitadora dos direitos fundamentais do que os regimes que ajudaram a derrubar o objectivo saiu-lhes furado.
Como no Afeganistão quando apoiaram os talibãs, de todas as maneiras e feitios, contra o regime progressista, laico, que se seguira à ocupação soviética. Os talibãs fizeram do Afeganistão um refúgio, e uma base, Al Qaeda, para os terroristas islâmicos? Pois chamem-lhes "moderados", convençam-se disso, e esperem-lhe pelo Inverno, "do nosso descontentamento", pela queda da Argélia e Marrocos, também, nas mãos dos fundamentalistas islâmicos.
"Os aliados" de hoje ─ Obama, Cameron, Sarkozy ─ estão a ser tão ingénuos com os rebeldes muçulmanos como Churchill e Roosevelt a lidar com Estaline. Será que ainda há volta a dar-lhe? Esperemos sentados.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Depois da Primavera árabe o Outono islamista
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