domingo, 3 de julho de 2011

Os caciques que paguem a crise

Claro que tb me irrita o anunciado novo imposto, que me vai levar metade do subsídio de Natal e que implica um intolerável “sacrifício” que o FMI não quis, que o Presidente da República condenou com toda a "virulência anti-socialista" na tomada de posse e contra o qual o PSD/CDS  moveu campanha e por muito menos achou/acharam que era urgente e indispensável derrubar o Governo anterior. Mais: para mim é um roubo que me fazem à descarada, um crime premeditado: ainda andavam a dizer que não aumentavam impostos e já Catroga e Passos andavam a tramar esse imposto extraordinário. Claro que não me conformo. Os políticos (mentirosos) que paguem a crise.

Tanto mais, que se é para reduzir o défice, eu não contribuí para ele, sempre trabalhei no privado e paguei todos as contribuições e impostos. Se querem fazer economias no Estado que cortem nos professores com promoções a eito, nos magistrados com chorudos subsídios de renda de casa isentos de impostos, nos militares superiores, e nas respectivas reformas douradas, a 100%, que pouco lhes custaram a ganhar, só começaram a descontar para elas nos anos 80. Os funcionários (privilegiados) que paguem a crise.

Mas o que mais me irrita é que o roubo descarado que me vão fazer (bem pior do que a retenção no Governo do Bloco Central do 13º mês que então foi pago em títulos do tesouro) não vai servir senão para alimentar as clientelas. Viram a primeira medida concreta do ministro Nuno Crato, aliás pródigo em ideias gerais que até parecem aceitáveis? Suspender o encerramento das 650 escolas que não têm 21 alunos, uma média de 5 alunos por classe, nem uma partida de futebol de salão podem fazer entre eles, além das dificuldades em ter aproveitamento sem colegas de estudo. Conheci casos, de professores que não passavam os alunos para não lhes fecharem a escola, de autarcas que pagavam prémios aos professores para aguentarem essas situações.

Pois o que fez Nuno Crato foi ceder ao facilitismo, ele que tantas postas de pescada, de exigência e rigor, arrotou, na discussão do OE. Como na história do encerramento das maternidades, ganha a demagogia do poder local. Vai-nos custar os olhos da cara. É para isso que serve o dinheiro que me tiram? Os caciques que paguem a crise.
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