- a queda do Muro de Berlim?!.
- não, para mim, como português uma alegria tamanha só a vivida com o 25 de Abril.
Se virmos bem, foi assim que os americanos celebraram a notícia da morte de Bin Laden, uma libertação, um orgulho, uma promessa de futuro... como um 25 de Abril português. Assassinaram-no? É verdade e não achei mal. Foi feita justiça. Justiça sumária? Era o que merecia.
O extremista Bush dizia que ia mandar à caça de Bin Laden, como nos filmes do Oeste: PROCURA-SE, morto ou vivo. Aparentemente, o moderado Obama nem sequer quis que o apanhassem vivo, terá dado ordem que o executassem e se desfizessem do corpo quanto antes. Claro que também já se diz por aí que nada disso: Osama bin Laden já estava morto, quando os americanos lá chegaram.
QUERO LÁ SABER. É em ocasiões como esta que eu vejo como tenho mudado. A pena de morte? A presunção de inocência? A exigência de um processo judicial com todas as garantias? Dou comigo a pensar que no caso de Bin Laden eram formalidades talvez desnecessárias. E muito perigosas.
Lembram-se do processo de Sadham Hussein, que tinha mandado dizimar uma aldeia inteira porque lá tinha ocorrido uma falhada tentativa de atentado contra ele, que tinha mandado gazear os curdos aos milhares, que inventava inimigos e os fazia executar nas próprias reuniões do comité central do seu partido? Pois acabámos, acabaram muitos, cheios de pena do Sadham.
Pior seria um julgamento mediático com Osama Bin Laden como réu. Multiplicavam-se as bombas, as intifadas, os combates de rua, os mortos aos milhares, em todo o Mundo, cada vez que lhe interrompessem os discursos, as proclamações, os apelos ao ódio. Mais dois, três, muitos atentados suicidas com aviões, como o das Torres Gémeas contra as pessoas comuns que lá trabalhavam? Mais dois, três, muitos atentados à bomba em comboios das cercanias de Madrid às horas de ponta? Mais dois, três, muitos atentados em autocarros, no metropolitano, como em Londres? Mais...?
Os americanos acharam que nada os obrigava a correr esse risco. Executaram-no sumariamente. Nem sequer revelaram a foto de Bin Laden morto, que havia de ser uma imagem de adoração. Fizeram bem.
Claro que algumas televisões portuguesas, como a RTP, em lugar de lembrar os crimes de Bin Laden, passaram o dia a exigir as provas da sua morte, que em Marraqueche ninguém acreditava, e o repórter da RTP tinha ouvido uma estranha teoria da conspiração de um muçulmano e meio.
Pois digo eu, que não tenho mandato para defender os americanos, fizeram eles muito bem. Sobretudo não oiçam, não vejam, não leiam os media portugueses. Não interessam para nada.
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