sexta-feira, 31 de julho de 2009
Um Presidente guerrilheiro contra os partidos todos
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Em França há justiça, em Portugal não
Um tribunal de Toulouse acaba de condenar a três meses de prisão um jovem de 21 anos que há um ano mandou à ministra da Justiça Rachida Dati dois SMS, um a insultá-la outro a ameaçar "de rebentar com tudo em Toulouse". A ministra apresentou queixa e em menos de 48 horas descobriu-se o autor das mensagens, um jovem de 21 anos, e a maneira como tinha o jovem descoberto aquele número do telemóvel reservado.
A defesa do jovem foi que "tinha querido divertir-se", mas o procurador francês não se deixou convencer: estigmatizou "a asneira e a imaturidade" deste tipo de comportamento. E o juiz condenou, sem contemplações, o jovem que mandou as SMS e a amiga que lhe tinha arranjado o número privado da ministra.
Ah como é diferente a Justiça em Portugal! No dia 3 de Março um jornalista (e por isso obrigado ao cumprimento do seu código deontológico), de 35 anos (e não de 21 como o brincalhão que insultou Rachida), publicou/publicitou num jornal (e não por SMS, privado, entre duas pessoas) um artigo que começava assim: "Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte da Cicciolina". E continuava no mesmo tom pelo artigo inteiro a bolsar insultos soezes e difamações notórias sobre a "licenciatura manhosa" do PM (que os tribunais já tinham decidido com trânsito em julgado não ter nada que se lhe apontar), sobre o comprometimento na corrupção do Freeport (que ainda hoje resta a provar) e por aí adiante.
O PM apresentou queixa, como fez Rachida Dati em França. Que fez o MP português, que decidiram os tribunais da Pátria ? Que o sr. João Miguel Tavares, grande vedeta dos media e da blogosfera, com amigos extremosos no Blasfémias, no Delito de Opinião, no Cinco Dias, no Arrastão (ou não fosse ele destacado militante do Bloco de Esquerda!) mais não tinha feito do que exercer o seu direito à liberdade (de insultar o Primeiro Ministro legítimo do seu País? O tribunal não deu o insulto, nenhum dos insultos, como provado, sequer).
João Miguel Tavares saiu em ombros. Ainda não foi condecorado pelo Presidente Cavaco Silva, mas essa falha não tardará a ser reparada, estamos em crer. Tem já a admiração ( o aplauso e o incentivo sindicais?) dos juízes e dos procuradores. É adorado na extrema esquerda. Cantado na extrema direita, do PSD e do CDS. Vedeta nas rádios e televisões. Depois do que aconteceu ao Nuno Álvares Pereira não me admirava nada que acabasse canonizado.
Assim vai a Justiça em Portugal. E quem disser que a há é porque que não tem mesmo nenhuma vergonha na cara.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
À glória do nosso Augusto Invicto Pio Presidente
domingo, 26 de julho de 2009
Não foi à Áustria? Tem bons espectáculos por cá
com o Maestro António Costa,
a Orquestra Clássica do Centro,
a soprano Cláudia Pereira Pinto
no programa
- a abertura das Bodas de Fígaro de Mozart
- árias das Bodas de Fígaro: Deh vieni non tardar, Porgi Amor
- e da Flauta Mágica: Ach! ich fulhl's
- Water Music - G. F. Haendel
Cavaco há três dias que não diz mal do Governo
- Cavaco Silva, referindo-se ao défice, afirmou a um jornal austríaco: “Portugal encontra-se numa situação semelhante à de todos os outros países da UE, mas de certeza que não comprometemos a Zona Euro”. (Miguel Abrantes, no Simplex, sob o título: Cavaco para Dr.ª Manuela: - Faz demagogia mas não abuses!
- (...)afinal, o Presidente da República, que em matéria de economia e finanças não é leigo, deu uma entrevista ao jornal austríaco Kurier, afirmando, peremptório: «Portugal encontra-se numa situação semelhante à de todos os outros países da UE, mas de certeza que não comprometemos a zona euro». (ibidem, Eduardo Pitta, glosando o tema Ele sabe, ela não.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Goodbye, Manuel Alegre
quarta-feira, 22 de julho de 2009
O PCP não é totalitário, outros podem ser
..a proibição constitucional explícita de organizações fascistas justifica-se por se referir ao incentivo público à violência e à legitimação de meios cruéis (perseguição ideológica, violência física e psicológica nomeadamente sobre grupos étnicos, culturais ou sociais que facilmente) que reeditariam, se ascendessem ao poder, a pena de morte, as prisões políticas, a participação em guerras e invasões territoriais no plano internacional (mais Iraques, não, obrigado!) ou as práticas de tortura que tão facilmente fazem emergir os dramas dos "desaparecidos", entre outros.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Ah que belo par de bandarilhas!
Foram as espetadas por Valupi no Aspirina B a propósito de uma doença do foro neuro-ético chamada Direitopatia:
- Os neuréticos sofrem de alucinações políticas selectivas. Acreditam que Sócrates andou aos envelopes por causa do Freeport. Ia para hotéis, esplanadas e tascos pedir dinheiro aos bifes. Picavam qualquer coisa, bebiam umas bejecas, palitavam os dentes, coçavam os colhões, arrotavam, peidavam-se, riam alarvemente e passavam envelopes castanhos por debaixo da mesa para não ficarem salpicados com o molho dos caracóis. Foi assim que Sócrates conseguiu comprar o tal apartamento aos mafiosos, embora com desconto mafioso, como a TVI, o Sol e o Zé Manel nos andaram a explicar ao longo de 9 meses.
- Ao mesmo tempo, os neuréticos não encontram nada de errado nos sucessivos negócios ruinosos onde o BPN se meteu, negócios que envolvem a fina-flor do PSD e subsistemas de poder onde o partido tem a sua base sociológica de apoio. Dizer que se está perante uma colossal máquina de lavagem de dinheiro, e que algum desse dinheiro pode estar relacionado com negócios de armas a uma escala internacional, e que esse banco era protegido por aqueles que sempre se insurgiram contra os limites impostos pelo Estado à sua actividade, ou que a tudo assistiam caladinhos sabendo da tripa-forra, eis algo que não faz qualquer sentido adentro do quadro clínico da direitopatia.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O que faz falta é...
Constitución española - Artículo 1271 - Los Jueces y Magistrados así como los Fiscales, mientras se hallen en activo, no podrán desempeñar otros cargos públicos, ni pertenecer a partidos políticos o sindicatos (...)
El texto del artículo 127 de la Constitución se reitera en el artículo 395 de la Ley Orgánica del Poder Judicial:
"No podrán los jueces o magistrados pertenecer a partidos políticos o sindicatos o tener empleo al servicio de los mismos, y les estará prohibido:
1. Dirigir a los poderes, autoridades y funcionarios públicos o corporaciones oficiales, felicitaciones o censuras por sus actos, ni concurrir, en su calidad de miembros del Poder Judicial, a cualesquiera actos o reuniones públicas que no tengan carácter judicial, excepto aquellas que tengan por objeto cumplimentar al Rey o para las que hubieran sido convocados o autorizados a asistir por el Consejo General del Poder Judicial.
2. Tomar en las elecciones legislativas o locales más parte que la de emitir su voto personal. Esto no obstante, ejercerán las funciones y cumplimentarán los deberes inherentes a sus cargos".
domingo, 19 de julho de 2009
"O activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas"
sábado, 18 de julho de 2009
PSD exerce em Lisboa um veto de bolso
Aprovado pela Câmara, aguarda aprovação pela Assembleia -- as denúncias espalham-se por Lisboa inteira. Esta foto foi tirada ontem no Largo do Chafariz de Dentro, em plena Alfama.
Era de prever. António Costa e a Câmara de Lisboa, eleitos nas intercalares de 2007, tiveram de enfrentar a hostilidade militante, a guerrilha, da Assembleia Municipal, de maioria PSD, que ficou de 2005. Inclusive na aprovação de projectos de recuperação das casas degradadas. O PSD de Lisboa veta o Executivo camarário, e pode fazê-lo, como o mais alto magistrado da Nação guerreia o Executivo nacional e o Parlamento, e está no seu direito de Presidente da República. Não é o PSD que é mau, nem é o Presidente que exorbita.
Como não é o Tribunal de Contas que se entrega a maledicência, nem o Tribunal da Relação que se arrisca a levantar um tsunami sobre a nossa economia em perigo com a decisão de declara inconstitucional tudo o que ASAE tem feito.
É o sistema que temos. Para ninguém poder governar e responder por isso perante os eleitores. Por isso, a Constituição prevê e promove contrapesos que invalidam os pesos, anima "forças de bloqueios", pôs de pé um sistema divertido, para juristas e comentadores, que vai da administração autárquica ao governo do País.
O sistema assenta na desconfiança de todos em relação a todos. A falta que faz uma revisão constitucional que dê aos eleitos o poder de governar e o ónus de responder por isso. Sem desculpas. Os cartazes que António Costa mandou espalhar por Lisboa são mais uma prova de que o sistema assim funciona.
domingo, 12 de julho de 2009
Quando Carrascalão pedia um navio que não fosse muito velho
Menos conhecido é que também foi deputado à Assembleia Nacional por Timor antes do 25 de Abril. Na sua primeira intervenção em 12-12-1973 (Diário das Sessões, X Legislatura, pág 224 e seguintes) falou da "entranhada devoção a Portugal" dos timorenses, que pouco recebiam em troca, a julgar pelos pedidos de Manuel Carrascalão logo apresentou ao Governo de Lisboa.
sábado, 11 de julho de 2009
O que faz falta é um "higiénico contraponto" a Pacheco Pereira
Sócrates é muito mais importante para a nossa vida de hoje do que Dias Loureiro e o “negócio” que ele tentou ocultar para aparecer como facto consumado é muito mais perigoso do que as aventuras dos offshores de Porto Rico.
É o que diz Pacheco Pereira. Uma "frase obscena", segundo Valupi, que lhe responde em pormenor no Aspirina B: "És um ponto Pacheco". Vale a pena reter alguns dos argumentos trocados. Os quais ou muito me engano ou vão alimentar alguns incêndios este Verão. Embora seja certo que a Pacheco Pereira é dado todo o espaço para a insídia, sem contraditório, ao velho estilo das campanhas soviéticas.
(...)A frase do Pacheco, supra, emana de um caldeirão de veneno. Afirma que Sócrates pretendeu ocultar o negócio PT-TVI para que aparecesse como facto consumado. Ora, isso é operacional e legalmente impossível. O negócio teria de passar por fases de avaliação variadas, todas elas públicas e passíveis de o anular. Este negócio jamais poderia ser ocultado fosse por quem fosse, evidentemente. Mas o Pacheco é como o Vilarinho, está-se cagando para o Estado de direito porque faz parte de um clube — JPP. Nessa soberba, avança para a insídia, nem sequer explicando qual o perigo do negócio supostamente ocultado.(...)
(...) Agora, atente-se nesta maravilha da falta de vergonha: aventuras dos offshores de Porto Rico. É assim que se caracteriza o problema Dias Loureiro. Afinal, apenas um aventureiro em terras distantes, tropicais, exóticas. Que mal tem? (...)
(...) Este mesmo Pacheco — a quem nunca ninguém tinha lido uma linha, in illo tempore, contra a frouxidão do regulador — parece ignorar o que está em causa quando nomes como Dias Loureiro, Oliveira Costa, Daniel Sanches, Rui Machete, Amílcar Theias, Joaquim Coimbra, Lencastre Bernardo, Arlindo de Carvalho e Cavaco Silva enriquecem numa instituição metodologicamente vocacionada para o logro. Eis um ponto a precisar de higiénico contraponto.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Memórias de um tempo salazarento (1)
Sim, é verdade, como eles interceptavam a correspondência! E com que despudor! Lembro-me que em 63 ou 64, na Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, estávamos obrigados a votar uma alteração dos estatutos, para a qual a entidade homologadora, o Ministro, exigia a comparência de um número altíssimo de sócios na Assembleia Geral. Era uma tarefa quase impossível sobretudo porque havia muitos sócios que eram alunos voluntários, trabalhavam, e só de longe a longe passavam pela Faculdade.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Prós & Contras - Um relatório e contas
Santos Silva esmagador é a norma. Ele tem as informações, a boa-fé e a literacia. Não precisa de mais para anular opositores que não comungam destes mínimos. Num Prós & Contras em que estava só contra 4, acabou fresco e a malhar forte e feio em adversários reduzidos à impotência. Desconcertante.
Morais Sarmento é aflitivo. Não faz a menor ideia da imagem de fragilidade e confusão que passa à audiência ao tentar raciocinar em directo. Representa muito bem o PSD pós-Cavaco, e por isso tem feito parte do núcleo duro do partido desde Barroso. É também por comparação com ele, e figuras como Aguiar-Branco, que se louvam as qualidades de Paulo Rangel; ou seja, a sua suposta excelência nasce, afinal, de não ser politicamente indigente como os colegas de partido.
Luís Fazenda é um tractor ideológico. Inútil conversar com este mecanismo, o seu rumo está traçado e há uma batalha da produção demagógica para vencer. Deve deitar-se todas as noites com o sentimento do dever cumprido. Coloca a cassete com cuidado na mesinha de cabeceira e adormece em paz.
Carlos Carvalhas chocou-me pela sua caducidade. Desconheço se há algum quadro clínico que a explique, ou se é fenómeno natural. Seja como for, o PCP ficou muito mal representado.
Nuno Melo é um bronco. O bronco queque, beto, cagão, armado ao pingarelho, rebentando de vaidade e acinte. Fiel sucessor de Portas, é mais um coveiro do CDS.