Estamos em Janeiro de 2020, em Bruxelas o mal-estar é geral, desencadeado pela crise imobiliária com que a cidade se encontra confrontada: a União Europeia está a tentar vender ao desbarato milhares e milhares de metros quadrados de escritórios, agora sem uso, enquanto os últimos funcionários e políticos europeus abandonam a cidade colocando no mercado, que não consegue absorvê-los, alojamentos em série.
Mesmo o Berlaymont, símbolo do poder europeu e sede da Comissão, vai a leilão. Muitas empresas, que tinham vindo instalar-se em Bruxelas atraídas pela proximidade das instituições, estão a fazer as malas, o que contribui para afundar ainda mais a outrora orgulhosa capital da Europa, que de repente acordou deprimida e provinciana, no centro de um país que deixou de ter interesse. Há vários assim. A própria Europa deixou de contar.
O que se passou? Como foi que a União Europeia que parecia tão sólida pôde desintegrar-se assim tão facilmente? Para se entender bem tudo, é preciso recuarmos à crise bancária e económica de 2008 e de 2009, que transformou completamente o mundo ocidental. Foi uma crise que deixou o mercado interior e a moeda única, os dois pilares da União Europeia, gravemente maltratados.(...)
Depois, na Primavera de 2010, os conservadores regressam ao Poder no Reino Unido (...)
Este é o ponto de partida do cenário negro, o primeiro dos cenários que se colocam à União Europeia. Segundo Jean Quatremer, jornalista do Liberation, no seu blogue Nos corredores de Bruxelas. Vale a pena ler tudo.
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