Esta tem jornais, rádios e televisões. Tem líderes partidários, experimentados nestas andanças. Como Paulo Portas, que logo afirmou, sem se atrapalhar com a verdade ou a verosimilhança do que diz, que O Primeiro Ministro dera a "ordem socialista" para retirar do écrã a sua amiga e antiga deputada do seu Partido, Manuela Moura Guedes.
Tem apoios institucionais: algumas das manchetes dos jornais da campanha nascem de um agit prop que tem voz no processo e ouvidos (escutas?) em Belém. E neste domínio pouco importa que no fim da jornada um tribunal decida que não tinham qualquer fundamento. Em política, e sobretudo numa campanha eleitoral como esta, o que parece é, já dizia o Botas.
Pois não viram o sucesso daquele rapaz que inventou aquela genial da "claustrofobia democrática". Num programa, como nunca existiu em Portugal, em que um representante de uma maioria parlamentar tinha de se defender dos ataques conjugados de cinco adversários, incluindo a jornalista, e não dispunha, para o fazer, de mais de 15-20% do tempo. Ele, sim, é que devia queixar-se de estar a ser asfixiado.
Pelo andar da carruagem vamos alegremente a caminho do populismo, do justicialismo, do PREC permanente. Como na Venezuela, na Bolívia, no Equador, nas Honduras. Se não for pior: lembro-me, eu era uma criança mas já lia jornais, da campanha miserável que a direita e a extrema esquerda, conjugadas, fizeram no Brasil ao Presidente João Goulart e a Leonel Brizola. Acabou por varrer da cena ídolos da direita como Carlos Lacerda. E desencadeou a repressão mais sanguinária contra a extrema-esquerda de que há memória .
Alguns dos pirómanos que andam por aí fariam bem em parar, respirar fundo, e pensar no que aí pode vir. E já nem falo das"fontes próximas" da Presidência, ou do processo. Essas não têm emenda.
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