Henrique Calisto, um herói português no Vietname, país de heróis, vai ser condecorado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros um dia destes. Achamos bem. Além de grande conhecedor do futebol nacional ─ quem não se lembra da carreira que fez no Boavista, um quarto lugar, no Guimarães e no Rio Ave, em várias promoções à primeira divisão?
E já agora treinou também, e jogou, no clube da minha terra, o Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga, que em três anos, com ele, subiu duas vezes de divisão. Calisto tinha 22-25 anos, era estudante de motricidade humana, treinava e jogava.
Invoquei a minha qualidade alvarenguense quando perguntei por ele a um amigo, Afonso Vieira, jovem empresário no Vietname, na China e em Singapura, com a sua TWM, Total Wealth Management. Calisto estava em Saigão, tinha previsto regressar a Hanoi naquela manhã. Adiou o voo para poder almoçar connosco. Gente de Alvarenga no Vietname? Calisto tem todo o prazer em fazer as honras da casa.
No Alvarenga Calisto jogou com, entre outros, os agora médicos eminentes José Abel Teles e José Carlos Noronha, este último é o médico que assiste o Cristiano Ronaldo, que operou o Pepe, e antes dele o Drogba, o Robben, o Essien, e até dois jogadores vietnamitas quando por lá passou há dois anos com a família a convite do seu amigo Calisto.
Continua cidadão activo e interessado no que se passa cá na sua terra: foi presidente de uma junta de freguesia de mais de 40 mil eleitores em Matosinhos, pertenceu à comissão nacional do PS, deu a cara na comissão de honra de Manuel Alegre há 3 anos.
Interessado por Portugal mas desiludido com ele e por isso nem pensa em voltar tão cedo. Quem está longe vê melhor, somos um país com um pessimismo doentio, uma vida política ultra-conflituosa, mesquinha, quezilenta, injusta, maldizente, irritante, todos os dias.
Assim não admira que as agências de rating nos penalizem: basta que citem os nossos próprios máximos responsáveis políticos. Um dia é aquele rapaz dos submarinos a afirmar-se comandante de uma tropa de capacetes azuis que vem promover a paz ─ será que estamos em guerra em Portugal? Outro dia é aquele fortalhaço mal encarado a proclamar em Estrasburgo que a democracia em Portugal, no fundo, no fundo, já acabou. O que temos agora é "uma democracia formal". Depois vem a outra senhora a falar para as agências de rating e a pôr-nos ao nível da Grécia
Pois é, Professor Calisto, e não sabe o meu amigo da missa a metade. A "bufaria" das escutas, a ofensiva do agit prop dos magistrados, de braço dado com os seus jornalistas de estimação, as comissões de inquérito "à liberdade de informação", como se a liberdade fosse algo que se dá e não o que se toma, como homens livres e sem recear as consequências, quando se é justo e verdadeiro.
E tudo porque a agitação e propaganda, com altos patrocínios, antes das eleições de Outubro, as greves e insurreições, na rua e nas televisões, a demagogia sem quartel dos operacionais da extrema esquerda, pagos pelos patrões dos grandes jornais assumidamente de direita, não conseguiram derrubar nas urnas o governo de José Sócrates. Isto, claro, sou eu a falar. Calisto, o político, é muito crítico deste Primeiro-Ministro. Bastante mais do que eu que não sou do PS.
Quem me dera andar nessa boiada...
ResponderEliminarMeu caro LNT, o Vietname é mais barato do que o Brasil e aposto que no Brasil "já foste feliz" umas seis vezes. É barato, não és assediado, podes andar descansado na rua (por vezes, os passeios estão ocupados!). Não é demasiado policiado, pelo menos não se vê. As ruas estão razoavelmente limpas (a verdadeira poluição vem dos escapes das motos). Podes dar uma saltada ao Camboja (ver os templos agníficos) e/ou os "killing fields" assustadores ainda, 30 anos depois. Podes passar pelo Laos, pobre e afável. Ficas a perceber melhor como é que eles conseguiram vencer os franceses (1954), bater os americanos (1975), libertar o Camboja dos khmers vermelhos (1979), dar uma coça nos chineses (mesmo ano) e fazedr marcha atrás nas colectivizações (1986), criando um comunismo capitalista popular, com muito interesse! Há meia dúzia de precauções... Se quiseres, eu mando-tas por mail. O Calisto? Conhece-lo melhor do que eu, é um tipo com quem vale a pena conversar.
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