sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pois separemo-nos então

Disse "espécie de Rei-Sol"? Falei de regabofe, destempero, mania das grandezas? Já lá vou: os exemplos são mais do que muitos, tropeçamos com eles, por toda a Ilha. Só mesmo um Jaime Gama ou um Almeida Santos é que não vêem. Mas hoje queria deter-me ainda um pouco neste jardim florido que constituem os jornais da Madeira.

São baratos w o dito Jornal da Madeira, o primeiro que nos veio ter às mãos, custava 0,10 €. O que tem pouca importância: de qualquer maneira o Governo Regional é proprietário de jornais, um privilégio que o Presidente Cavaco Silva fez questão em garantir-lhe quando vetou aquela Lei do PS que visava pôr cobro à concentração.

E mesmo que não fossem baratos eles são "impagáveis". Desde terça-feira que o Diário de Notícias, da Madeira, descobria que Sócrates impunha o adiamento, mais uma vez, da votação da "Nova Lei das Finanças Regionais" (como se Sócrates tivesse em relação à agenda da Assembleia da República os poderes que tem Alberto João Gonçalves Jardim no Parlamento regional).

Mais impagável do que isso só a edição do mesmo DN Madeira desta sexta-feira: por um lado descobre (não sabia?) que a dívida real da Região é alarmante: 4.600 milhões de euros, só nos últimos 11 anos, contando o que deve aos bancos o Governo da Madeira, as câmaras municipais da Madeira, as empresas públicas da Madeira, as parcerias público-privado criadas pelo Governo da Madeira.

Será que estes números justificam algum mea culpa de Jardim e seus apoiantes. Nem por sombras. No mesmo jornal, Miguel de Sousa, um dos mais próximos companheiros de armas do Grande Líder, publica um contundente artigo de opinião a acusar Sócrates de "separatista". Que "em Espanha qualquer autonomia assim ofendida apresentava a sua proposta de separação" w diz o destaque.

Pois por isso não seja a dúvida: separemo-nos, meus senhores, que diabo, proponho mesmo um divórcio por mútuo consentimento. O que faz falta é uma pequena alteração na Constituição (que pode ser feita nesta legislatura!) e um bom referendo no Continente que promete ser o mais mobilizador de sempre.

Ah, e já agora, levem convosco os 4.600 milhões da dívida e as vossas RTP e RDP Madeira, que nos custam os olhos da cara. Vai cada um à sua vida, amigo não empata amigo, e que sejam muito felizes os madeirenses!

2 comentários:

  1. Com que então a passear pela Madeira do Jardim? Ou pelo jardim da Madeira? Abraço.

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  2. Nem mais. E "quando a noite escura não tem fim,/ Lembra-te de mim,/ Lembra-te de mim". Já lá não ia há 20 anos. Continua e adensa-se a "noite escura" da governança madeirense (e o ódio cego ao burro do continental que paga e ainda por cima às vezes bufa!). Em contraponto à "claridade luminosa" da terra e das gentes da Madeira!

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