quinta-feira, 4 de junho de 2009

Previsões europeias: nossas e não só (2)

Vimos as previsões dos seis grandes - Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Polónia (os países do Directório?) Continuamos pela mesma ordem, do mais populoso para o menos, com os chamados médios Estados da União Europeia, da Roménia à Hungria, com Portugal, em 10º (sabia?), com destaques da última hora.

7 - Roménia: empate à vista (Pop 22.246.862, elege 33 dep.) – Os democratas-cristãos (que eram dois partidos na Roménia, chamados, respectivamente, liberais-democratas e democratas-liberais, unem-se nestas eleições, mas deverão perder cada um 3 deputados. Socialistas em alta, pelo que até ontem PPE e SOC estavam empatados a 30% dos votos e 11 lugares cada. Mas os socialistas na última sondagem desfaziam o empate: 12 a 10.

8 – Holanda: convivência genética (Pop. 16.645.313, elege 25 dep.) – Perdem socialistas, menos 3 lugares, e os Verdes, menos 2. A grande notícia é que haverá 9 partidos que elegem deputados europeus. A Holanda é um Estado pluralista, habituado a viver e conviver, sem dramas, em coligação – uma questão de tolerância genética, de raiz protestante, toldada apenas pelos movimentos racistas de extrema direita, em recessão. O Partido Cristão Social (PPE) deverá continuar o mais votado com  20% e 4 deputados.

9 – Grécia: PASOK resiste (Pop 10.722.816, elege 22 dep.) – Os cristãos da Nova Democracia (PPE) deverão perder terreno, menos  4 deputados. Ganham os Verdes, os comunistas ortodoxos e os independentes, mais 1, cada. Mas o PASOK (SOC) deverá continuar à frente com cerca de 36% dos votos e 8 lugares no PE. 

10 – Portugal: PSD e Bloco vencem 1ª batalha? A guerra é para continuar (Pop 10.676.910, elege 22 dep.) – O PS baixa de 12 deputados em 2004 para 9, ou 8, segundo a última sondagem da Marktest, e assim o partido da adesão, do euro e do Tratado de Lisboa perde 3 ou 4 deputados. Ganha o partido do Presidente da República, do Presidente da Comissão Europeia, da TVI, do Público, dos Negócios, do Privado. Ave César! Ganha o PSD mas não só: ganham os professores, ganham os magistrados, ganha a CGTP, ganha o PCP e ganha sobretudo o Bloco de Esquerda, da extrema de esquerda não democrática – “o voto é apenas uma forma de luta” –, promotor de ocupações e arruaças, no próprio Parlamento português e lá fora, parceiro e amigo de todos os inimigos desta Europa. Seguem-se as legislativas, que como em 87 tinham todas as razões para coincidir com as europeias, mas assim não quis o PR que preferiu prolongar por mais cinco meses o confronto, mediático, justicialista, professoral, em que todos os golpes são permitidos, rumo à vitória, sempre. Vae victis!

11 – Bélgica: a mesma confusão (Pop 10.403.951, elege 22 dep.) – Se destas eleições decorresse a formação de um Governo, não se vê qual fosse, como habitualmente. Os belgas distribuem-se por partidos francófonos, flamengos e germânicos, de todas as confissões, menos a comunista, e é a única vantagem que têm. Desta feita perdem os socialistas, tanto os da Valónia como os da Flandres e também os liberais. Mas os que ganham, os cristãos flamengos, também não vão longe: 12% dos votos e 3 deputados. 

12 – Chéquia: comunistas em baixa (Pop 10.220.911, elege 22 dep.) – Dos países do antigo Pacto de Varsóvia é o único na União Europeia que tem um partido comunista assumido (os da ex-RDA juntaram-se a um grupo de dissidentes do SPD), com o nome empolgante de Partido Comunista da Chéquia e Morávia. Causa espanto num País em que se atiraram ministros pela janela, no pós-guerra, e se chamaram os tanques soviéticos em 1968 para esmagar qualquer veleidade de “democracia socialista”. Pois os orgulhosos (de quê?) comunistas checos deverão perder terreno desta vez: menos 3 deputados. Ganham os socialistas, mais 7 lugares no PE.

13 – Hungria: maioria absoluta cristã  (Pop 9.930.915, elege 22 dep.) – Os socialistas perdem 1 deputado, o PPE ganha 2. A grande notícia é que o PPE húngaro deverá atingir os 53% dos votos e os 14 deputados.

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