terça-feira, 2 de junho de 2009

O Grupo do PCP e do BE no Parlamento Europeu



Estalinistas de sempre, como o PCP, gente para quem o voto é apenas uma arma do Povo, como o BE, saudosistas da Stasi e do Muro de Berlim, como o Die Linke (que reune os comunistas da ex-RDA), os que chamaram os tanques soviéticos para repor a legalidade socialista e esmagar a Primavera de Praga, como os comunistas checos, fundamentalistas italianos, como a Refundazione Comunista, o braço político dos bombistas do IRA, como SInn Fein da Irlanda do Norte, o dinamarquês Movimento do Povo contra a União Europeia, o sueco Movimento pelo Não à Europa, o brejnevista PCF, uma espécie em vias de extinção, todos combatem o Tratado de Lisboa, todos fazem parte do mesmo grupo político no Parlamento Europeu.


Chama-se Esquerda Europeia Unitária/ Esquerda Verde Nórdica e, repete-se, dele fazem parte, sem divergência que se tenha visto no passado, os eleitos do PCP tanto como os do Bloco de Esquerda, 3 representantes, aqui.


O grupo é liderado por Francis Wurtz, do Partido Comunista Francês, que já foi o maior partido de França, tem uma posição dúbia sobre a Europa, é contra o Tratado de Lisboa como foi contra todos os tratados europeus anteriores (não contando com o Pacto de Varsóvia!), e tem vindo a afundar-se eleição após eleição: em 2004 elegeu 3 deputados dos 78 franceses.

 

As maiores representações nacionais na Esquerda Unitária Europeia são os antigos comunistas da ex-RDA (Die Linke, 7 eleitos), a par dos comunistas checos, tão anti-europeus como o seu Presidente, que são 6, seguidos  pelos comunistas portugueses, 3 deputados, do PCP e do BE, que podem passar a 4 no domingo, e fazer de nós, proporcionalmente, a representação nacional com mais vozes contra o Tratado de Lisboa na Europa do Sul.  

 

Aliás a palavra de ordem do grupo não é nada do género “contra a Europa, marchar, marchar”  é só que se vive “uma crise de legitimidade do actual modelo europeu” – disse-o Francis Wurtz, do PCF, no seu último discurso no plenário esta legislatura e já ouvi fórmula idêntica na boca de Miguel Portas, do BE.

 

Menos dissimulados, honra lhes seja, são os aliados do PCP e do BE da chamada “Esquerda Verde Nórdica”: o deputado dinamarquês Soendergaard é do Movimento Popular contra a UE (um célebre partido na Dinamarca que só existe para as eleições europeias e já teve melhores resultados), a deputada  sueca Eva-Britt Svensson é a secretária-geral do Movimento pelo Não à Europa, o deputado-jornalista finlandês Esko Seppänen é de um partido indecifrável no site do PE mas vê-se bem que move campanha contra apoios da comissão a organizações não governamentais de jovens, que defendam o voto nas eleições para o PE.


Facto é que todos estes partidos e movimentos anti-europeus entraram em recessão acelerada nos últimos dez ou vinte anos. A excepção é Portugal, onde um Partido terceiro-mundista, como o BE, deverá duplicar o seu número de deputados. Não é por isso que vamos passar a ser um país atrasado. Limitar-nos-emos a continuar a sê-lo cada vez com mais suporte popular.

 

Diz-me com quem andas...

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