É a confusão do PR é aquela que serve de base ao título Presidente defende adiamento de decisão sobre o TGV. Dizemos que não é inocente a confusão porque parte de uma manipulação notória: "Vi hoje nos jornais que as decisões finais podem ser adiadas" - diz S. Exª.
Ora o que disse Mário Lino, cito do DN, foi que "o andar normal das coisas leva a que só na próxima legislatura - lá para Outubro -, haja condições, nunca antes, para assinar o contrato de concessão" do troço Poceirão-Caia, o primeiro concurso lançado.
O ministro falou do andar normal das coisas, o qual, se o PS não tiver medo, levará a que continue a "fase final de apreciação de propostas e negociação com os dois [consórcios] concorrentes", liderados pela Brisa/Soares da Costa e pela Mota-Engil. Que desta negociação resultará um relatório "que estará pronto em Julho".
Que os concorrentes serão depois notificados da decisão e têm de dizer se estão de acordo ou não.
Que o Governo, este Governo, tomará então uma decisão sobre a adjudicação. Que decidida a adjudicação, são elaboradas as bases de concessão que têm de ser aprovadas em Conselho de Ministros e promulgadas pelo Presidente da República. Ou não.
Só depois, já "na próxima legislatura - lá para Outubro", é que poderá ser assinado o contrato de concessão. O Ministro não falou de "adiar decisões finais", pelo contrário. Só o Presidente - a mesma pessoa que pouco se preocupou com prazos, e concursos, e reparos da Oposição, quando lançou o Centro Cultural de Belém e outras obras emblemáticas do cavaquismo, que ainda hoje nos custam os olhos da cara- é que fala agora em "adiar as decisões finais". Ainda por cima, dizendo que é isso que está nos jornais e louvando o bom senso.. do adiamento.
Era assim que se manipulava no PREC, agora dá mais nas vistas. Até pode acontecer que o Governo se assuste com a avassaladora manipulação, a que Cavaco Silva dá voz e percorre os jornais. Agora...
... bonito, bonito, bonito não é.
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