Nestas eleições europeias, somos parte, um 22/736 avos, não faz sentido fazermos de conta que tudo gira à volta dos nossos pequeninos problemas internos. Vale a pena acompanharmos o resto das eleições europeias, o que dizem as sondagens, lá fora, Estado a Estado, nos 27. Achamos que o melhor dos instrumentos desta análise é o Predict09, um site de referência, nesta campanha, aqui e lá fora. Esta são algumas das notícias que nos esperam, a menos que todas as sondagens se enganem, domingo à noite, nas televisões.
Alemanha: Merkel batida (População: 82.428.000, 99 dep. a eleger) – As últimas previsões apontam para a perda de 11 lugares no PE pela CDU (PPE), de Angela Merkel, actual chanceler. Perdem também os Verdes, menos 2. Ganha o Die Linke (GUE/EVN), partido de Oskar Lafontaine e dos antigos comunistas da ex-RDA, mais 2, ganham também os liberais (ALDE), mais 4, e, mais do que todos, ganha o SPD (SOC), mais 9, que poderá subir ao 1º lugar na Alemanha, com 30% dos votos e 32 deputados.
França: triunfo trotsquista (População: 62.886.000, elege 72 dep.) – Perdem os socialistas, que se dividiram no referendo da Constituição Europeia e na aprovação do Tratado de Lisboa: menos 10 lugares no PE. O grande fenómeno desta campanha é o NAP – Novo Partido Anticapitalista , do carteiro Olivier Besancenot, trotsquista internacionalista da mesma tendência que Francisco Louçã, que se prevê eleja 9 deputados. A UMP de Sarkozy, que governa, e se fez notada por medidas proteccionistas, deverá ficar em 1º lugar, com 27% e 27 lugares no PE.
Reino Unido: menos antieuropeus (População: 60.422.000, elege 72 dep.) – Perde eleitores o UK Independence Party, partido que luta por que o Reino Unido saia de imediato da União Europeia e por leis anti-imigração, – 6 deputados, segundo as sondagens. Os liberais, que são os britânicos mais leais ao projecto europeu, ganham 5% e um deputado. Trabalhistas e conservadores mantêm as suas posições relativas no PE, com os Tories na liderança: 31% dos votos e 26 lugares em perspectiva.
Itália: um "duce” nas alturas (População: 58.752.000, elege 72 dep.) – Quem mais perde é a Rifundazione Comunista (GUE/EVN), que deverá ter menos 3 lugares. A Lista Bonino, da carismática antiga comissária Emma Bonino perde os seus 2 representantes, tantos como os adeptos oficiais de Mussolini. Os socialistas sobem 3 lugares. Mas a grande vedeta continua a ser Berlusconi, que encabeça o seu Povo pela Liberdade em todos os círculos eleitorais e se mantém à frente, com 33% dos votos e 25 deputados/as, algumas muito giras, no seu séquito.
Espanha: 11 partidos em Bruxelas (População: 43.758.000, elege 50 dep.) – Perde o PSOE de Zapatero, no Governo, menos 7 lugares. No seu eleitorado surge a UPyD, de Rosa Diez, dissidente socialista, por causa das passadas negociações com a ETA, com dois lugares em perspectiva. E regressam em força os partidos regionais: as sondagens indicam que 11 partidos espanhóis vão eleger representantes seus no PE. O Partido Popular, de Rajoy, que perdeu as legislativas, deverá vencer agora as europeias, com 42% e 22 eleitos.
Polónia: “famílias polacas” à deriva (População: 38.157.000, elege 50 dep) - A Liga das Famílias Polacas, um partido conservador, de inspiração fortemente católica, frontalmente anti- EU, – que se tornou notado em 2001 por negar o pogrom anti-judeu de 1941, deverá perder os seus deputados europeus por não atingir o limiar dos 5%. Os socialistas também perdem: 2 deputados. Ganham os democrata-cristãos, no PPE, que sobem para os 49% dos votos e deverão contar com 25 deputados.
(Continua)
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