terça-feira, 30 de novembro de 2010
Governador do BdP a arranjar lenha para o Spiegel
Chantagem dos media ingleses: "dêem-nos o Mundial e a gente cala-se". E nós? Boicotamos o Mundial se for em Inglaterra?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Todos grandes educadores
domingo, 28 de novembro de 2010
Ditosa Pátria
A Portugal
Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fátua ignorância;
terra de escravos, cu p’ró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol caiada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra − museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço: mas ser’s minha, não.
Dezembro de 1961in «Quarenta Anos de Servidão» Lisboa, 1979
- A minha Pátria do PS e dos bons empregos para tapar manobras internas (caso Víctor Baptista),
- a minha Pátria do PS e dos honorários chorudos por coisa nenhuma (Tagus Park e escritório José Miguel Júdice),
- a minha Pátria do PS e dos salários milionários a pequenos gestores da cultura (Guimarães capital da cultura).
- a minha Pátria de Alberto João Jardim sempre perdoado apesar de reincidente nos insultos a quem lhe dá de comer,
- a minha Pátria de Pacheco Pereira, sempre na vanguarda dos seus aliados do Ministério Público,
- a minha Pátria de Belmiro de Azevedo & filhos feitos com a conspiração castelhana na Opa da PT por causa da Vivo,
- a minha Pátria de Cavaco Silva, sempre bajulado apesar dos seus negócios particulares no BPN, aliás em sintonia total com o PSD, pelo menos na inventona das escutas.
sábado, 27 de novembro de 2010
FMI nosso que estais no Céu
- ABC. es: "El Rey convoca a Salgado (ministra do Economia) ante lo acoso de los mercados a España"; Zapatero busca el compromiso de los empresarios para crear empleo...
- Público.es: "Ofensiva para calmar a los mercados. Más transparencia contra la especulación. El Gobierno obliga a la banca a revelar nuevos datos de sus activos imobiliários. Las principales empresas acuden hoy a la llamada de Zapatero.
- El Pais: "El Gobierno intenta aplacar los mercados com más transparencia". Zapatero se reúne com los empresarios en plena tormenta de los mercados.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
O triunfo dos especuladores
Pois regresso às lides. Àquela meia dúzia de leitores que repararam na minha ausência e me perguntaram as razões do meu silêncio, eu respondo: tirei férias, umas férias de nojo. Não que me tenha morrido alguém, desta vez não. Mas sinto que me estão a morrer todos os dias as ilusões: cada vez confio menos na União Europeia, nas vantagens do euro, no futuro da Pátria, nas glórias do Benfica.
- a extrema esquerda parlamentar mais poderosa, e mais ouvida, nos media, do Atlântico aos Urais,
- um Governo fraco, minoritário, sem ânimo nem força, cuja única missão, a única que os jornalistas lhe consentem, é fazer o papel de saco da porrada no agit-prop permanente das televisões e jornais,
- um Presidente que apadrinha inventonas contra o Governo, que beneficia de negócios de acções, como no BPN, e passa os dias aos saltos nos média, a arrotar postas de pescada, "génio das banalidades" (ah, que saudades do Saramago!), ou, como se diz na minha terra, um lameirinho bem regado, de presunção e água benta,
- uma Justiça sindicalizada, barriguda, corporativizada, preguiçosa, de fugir, que é um perigo para os cidadãos e para as actividades económicas.