sábado, 27 de novembro de 2010

FMI nosso que estais no Céu

Passos Coelho já fala de ser Primeiro-Ministro com a bênção do FMI, a quem aparece a rezar hoje na 1ª Página do Expresso, que perspectiva empolgante! Bem sei que os media, em coro, já lhe cantam hossanas, mas, como os franceses costumam dizer, "não se deve vender a pele do urso antes de o ter matado". Balsemão, Belmiro, Cavaco e Portas, por esta ordem, mandam muito, sobretudo na comunicação social. Mas não são, ainda, os donos dos votos todos.

Preocupa-me mais o que se passa aqui ao lado, à oitava economia do mundo, com uma dívida pública que é das mais pequenas da União Europeia, mas nem por isso menos acossada, flagelada, encostada à parede, pelo eixo franco-alemão do capital:
  • ABC. es: "El Rey convoca a Salgado (ministra do Economia) ante lo acoso de los mercados a España"; Zapatero busca el compromiso de los empresarios para crear empleo...
  • Público.es: "Ofensiva para calmar a los mercados. Más transparencia contra la especulación. El Gobierno obliga a la banca a revelar nuevos datos de sus activos imobiliários. Las principales empresas acuden hoy a la llamada de Zapatero.
  • El Pais: "El Gobierno intenta aplacar los mercados com más transparencia". Zapatero se reúne com los empresarios en plena tormenta de los mercados.
Tormenta, acosso, o Rei que convoca uma ministra à Zarzuela (fá-lo uma vez todos os dez anos), Rajoy e Pons , do PP, que falam da ruína de Espanha, Almunia, o comissário espanhol em Bruxelas, que tem duvidas sobre o Governo do seu camarada Zapatero.

Ora bem, estamos no mesmo barco de Espanha, somos a Ibéria Unida, e não só para o Campeonato do Mundo, para o bem e para o mal, queiramos ou não. Passos a rezar ao FMI é como ao outro. Rajoy é um caso mais sério. Que se trata de um político de direita que foi capaz de ler mais de página e meia de um livro de Saramago e, presumivelmente, até sabe quantos cantos têm os Lusíadas.


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