sexta-feira, 30 de abril de 2010

"O povo é sereno", a "fumaça" não leva a nada


Afinal, um Paulo Portas, em permanentes bicos de pés, começa a cansar: o CDS esvaziou-se nas sondagens com a afirmação de um Pedro Passos Coelho, sereno e sem complexos, capaz de telefonar ao Primeiro Ministro a pôr-se "ao lado do País" no actual momento de aperto. Foi um gesto, o de Passos Coelho, largamente celebrado e dado em exemplo, designadamente em Espanha, em todos os canais de televisão e comentários nos jornais. Portugal, a ser notícia pela positiva, num momento de ataques desalmados, internos e externos.

"Sangue frio e nervos de aço" - disse o Primeiro-Ministro no debate quinzenal. E é tb o que faz o novo líder do PSD, cuja coragem política não se limitou a passar o Rubicão e a dispor-se a ajudar o Governo com algumas boas intenções. Foi mais longe: não se coibiu de avançar com esta medida antipopular manifesta: a hipótese de os funcionários públicos (e porque não os outros?) terem de receber este ano o 13º e o 14º mês em certificados de aforro, como forma de reduzir a despesa e ao mesmo tempo financiar o Estado.

Por isso o PSD de Passos Coelho sobe para uns miríficos 40% no barómetro da Marktest. Ultrapassando o Governo, como é normal, num tempo de crise. E afundando tanto o CDS como o Bloco de Esquerda, do Paulo e do Miguel, mas também dos Pachecos e dos Semedos, caceteiros e miguelistas, vanguardas iluminadas, inquisidores, que falam, falam e... mal deixam falar os inquiridos. Como ainda ontem se viu naquela comissão de inquérito no interrogatório de Zeinal Bava.

40% para o partido de Passos Coelho, acho bem. Sobretudo que só 27,9%% querem eleições para já, 60,6% não querem. Eu sou dos que querem, dos que acham que Portugal não conseguirá sair da crise com um Governo fraco, batido e desconsiderado todos os dias, em inquéritos ad-odium, que nunca mais acabam.

Também sou dos que se as eleições fossem hoje teria grande dificuldade em votar no partido de Passos Coelho, que é também o partido das inventonas das escutas em Belém, das perseguições do Freeport, que durou seis anos e não levou a lado nenhum, da Face Oculta, da compra da TVI pela PT, e o mais que vai vir, logo que seja evidente que "era só fumaça, o Povo é sereno", senhores bloquistas e cavaquistas inventem outra coisa.

Mas aplaudo Passos Coelho, olá se aplaudo. Porque furou os pneus do Pacheco, que os tem, imensos, porque pelo menos até à data não alinhou nas demagogias fáceis do Bloco e do CDS. Honra lhe seja!

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