sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"Maria não me mates que sou tua mãe"

Afinal, o Faria de Oliveira até é membro da comissão de honra do candidato Cavaco, assim como Norberto Rosa, actual nº 2 do BPN. Por isso a reacção da CGD, já depois deste post, não diz nada, mete pena, como a história daquele folhetim do Camilo, é uma injustiça, coitadinhos deles! Ou como a explicação do próprio Cavaco sobre os seus negócios com o BPN. Chicos espertos! São do mesmo clube, andaram todos na mesma escola (governamental!).

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ataque combinado com Faria de Oliveira?

Cavaco Silva atacou ontem com virulência a gestão do BPN pós nacionalização (da gestão anterior à nacionalização nada disse): tratou-os de incompetentes, para usar um eufemismo. O Governo, muito a propósito, já veio chamar a atenção para a tentativa de branqueamento da gestão criminosa anterior, a qual entre outros actos (criminosos?) de gestão ruinosa, como o Governo não disse mas toda a gente sabe, pagou a Cavaco Silva, e à filha, um preço fabuloso pela acções que lá detiveram (depois de lhas terem oferecido a preços de amigo, ou a preço nenhum, o que também está por explicar!).

Quem gere o BPN depois da nacionalização é a Caixa Geral de Depósitos e o Governo diz esperar que a CGD faça a sua defesa da honra. Não fez ainda. Que o actual Presidente do BPN, por conta e risco da CGD de que é administrador, venha dizer que o Sr Presidente da República nunca lhe pediu qualquer informação sobre o assunto, é pouco e é mau.

Quem tem de responder é Faria de Oliveira, Presidente da Caixa, que de 1985 a 1995 fez parte de todos os governos de Cavaco Silva, e em 83 do Governo Balsemão. Porque das duas três:
  • ou Cavaco tem razão e a a administração da CGD é uma corja de incompetentes que já desbaratou cerca de 5 mil milhões e deve ser corridsa e responsabilizada solidariamente pelos prejuízos,
  • ou Cavaco fez a afirmação, que sabe sem fundamento, combinado com Faria de Oliveira seguro que o desmentido só virá depois das eleições, como ele próprio fez no caso da inventona das escutas secretas do Governo ao Presidente da República, ou cinco meses depois, já com garantias de que não seria contrariado, como fez Fernando Lima, autor material, mas não mandante, da dita inventona.
Por mim devo dizer até prefiro que Cavaco Silva tenha razão, que a incompetência venha ao de cima, que se punam todos os verdadeiros responsáveis e só eles, que o Estado recupere todo o dinheiro que lá pôs.

Haja moralidade! Os cinco mil milhões de prejuízos não se podem ter evaporado. Há um grupo grande de pessoas que lucrou com os negócios do BPN. Um deles chama-se Cavaco Silva. De quem não li nem ouvi até hoje senão desculpas esfarrapadas que só convencem aquele género de pessoas que acredita no Pai Natal e nas escutas em Belém.

Isto está a aquecer


O Governo não permitirá, em circunstância alguma, é que se proceda a um branqueamento de responsabilidades criminosas na gestão do BPN da antiga administração do banco, e que levou à situação em que se encontra, e ainda por cima transferindo a responsabilidade para os que agora o tentam salvar.
      Pedro Silva Pereira, numa alusão às palavras de Cavaco Silva sobre o BPN no debate de ontem com Manuel Alegre, afirmando ainda o ministro que se trata de “uma acusação muito grave à actual administração da caixa Geral de Depósitos (CGD), que é a responsável pela gestão do BPN. E por isso compete à administração da CGD defender a sua honra e é o que o Governo espera que fará

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os mercados são nossos amigos

O que diz Cavaco, ele que nunca se engana e raramente tem dúvidas, assim traduzido por miúdos, nada de tretas e larachas? Isto: "os mercados são nossos amigos", e não se deve atacá-los, são óptimos, assim uma espécie de BPN à escala universal, dão um dinheirão, a alguns, pelo menos a ele e à filha deram, em negócio particular, de amigos, não foi ele, foi Oliveira e Costa, em pessoa, a comprar-lhe e vender-lhe as acções no tempo certo, a preço de amigos, e os outros que se lixem, vem aí o Estado e paga os prejuízos.

Que o Povo quer em Belém alguém como ele, com provas dadas, fino que nem um rato, como naquela inventona das escutas ─ lembram-se? ─ soprada pelo amigo Fernando Lima aos seus amigos do Público, que ele cobriu, e deixou cobrir, até depois das eleições.

Os mercados são nossos amigos ─ defende Cavaco. E são: ainda ontem, noticiava o Jornal de Negócios, os juros da dívida a 10 anos sobem pela décima quarta sessão consecutiva. No mesmo dia em que o Figaro se interessava muito por nós e punha em destaque: La Chine va racheter 5 milliards de dette portugaise. Em suma, e como assinalava o El País (e o El Mundo) tínhamos/temos "Portugal en el disparadero y los mercados con el gatillo siempre a punto", enquanto a Alemanha, dona dos mercados e amiga de Cavaco, registava um crescimento de 4% do PIB, por conta dos lucros dos seus bancos com os países em dificuldade, e também, dos submarinos colocados, pagos a pronto, na Grécia e em Portugal.

Mas a Alemanha, tão nossa amiga, está a pensar numa solução (para nos asfixiar de vez?). Como revelou o Süddeutsche Zeitung, propõe um novo "Fundo de Invdestimento Europeu de Estabilidade", paralelo ao Banco Central Europeu, que concederá empréstimos aos países da zona euro em dificuldade "moyennant des garanties sous forme d'or ou de participation au capital d'entreprises publiques". Diz o Figaro, aqui.

Os mercados são nossos amigos: condenaram-nos à penúria, depois queixam-se que estamos na penúria e aumentam outra vez os juros. E um dia destes, com Cavaco em Belém e os seus homens de mão nos postos de comando (num novo BPN? Não, num novo Governo!), teremos empréstimos pagos a peso de ouro ou participação de capital nas nossas empresas públicas. Como na bancarrota de 1896, que nos arranjou um tal Oliveira Martins.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uma ocasião em que é melhor não piar

Esta contou-ma o Doutor Hagatong, da Casa da Imprensa, muitos conhecem, e tem alguma actualidade: Um passarinho, com medo da trovoada, voava, voava, havia raios e coriscos e o passarinho com medo voava, voava, atordoado e aflito voava e continuava a voar, até que...

... o passarinho não aguentou mais e caiu redondo, exausto, num campo, no meio das ervas. Aí, uma vaca que andava a pastar viu-o inanimado e fez-lhe em cima uma bosta de todo o tamanho. Pois o quente da bosta teve o condão de o reanimar um pouco, e o passarinho mal arrebitou logo começou a fazer piu-piu.

Foi quanto bastou para atrair um gato que andava por ali cheio de fome, o qual ao ver o pássaro a remexer-se no meio da bosta, deitou-lhe a pata, agarrou-o bem, sacudiu-lhe a caca, meteu-o na boca e comeu-o.

Moral da história: às vezes quem te põe na merda pode não ser para teu mal, e quem te tira da merda pode não ser para teu bem. Seguro, seguro é que se estás na merda é melhor não piares.

Vem esta a propósito da diferença abissal entre portugueses e espanhóis. Perguntas a um português se está bom e ele responde "Vou indo", "Mais ou menos", isto se for optimista, se não despeja-te logo o rol completo das suas desgraças mais recentes, reais ou imaginárias. Pois se fizeres a mesma pergunta a um espanhol, e pode estar na pior, ele responde inalteravelmente: Fenomenal.

Os espanhóis são orgulhosos, altivos, sabem saborear as coisas boas da vida, puxam para cima. Os portugueses, geralmente, não: queixam-se sempre, por tudo e por nada, vivem deprimidos e fazem questão em deprimir os outros. A prova está nos fóruns de escárneo e mal-dizer, de "apagada e vil tristeza", em que chafurdam todas as televisões e a maioria das rádios nacionais.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vamos, camaradas, mais um passo



EDUCAÇÃO ionline ─ Fenprof entrega em Janeiro providência cautelar para suspender cortes salariais. E com os magistrados sindicalizados que temos, a agir maioritariamente como "um pequeno partido" anti-sistema, não me admirava nada que a manobra resultasse. Lembram-se das providências cautelares para manter abertas maternidades sem clientes, urgências sem condições, escolas sem alunos, em número suficiente? Lembram-se daquela providência cautelar que parou o túnel do Marquês do Pombal, que horror de túnel ia ser, pela qual já pagámos mais de uma dezena de milhões de euros? Que tal se a suspensão dos cortes salariais dos professores, e dos magistrados, ricos nos trouxer de bandeja uma daquelas bancarrotas, em que sempre assentam os amanhãs que cantam?

SCUTs ionline ─ Estado paga mais 44 milhões devido ao adiamento das portagens. Mas foi uma grande vitória das oposições unidas, do CDS ao Bloco de Esquerda, que jamais serão vencidas. E também uma vitória do Governo de Sócrates que fez questão de manter as discriminações, positivas, para alguns, que já beneficiam dessas auto-estradas.

PRESIDENCIAIS 2011 ionline ─ Nobre ataca Lopes por fazer parte do sistema. E o dr. Fernando Nobre faz parte de quê ? Do regime do partido único (ou sem partidos) contra o actual "sistema" de partidos? Da União Nacional contra o 25 de Abril? Ou será da Monarquia contra a República?

domingo, 12 de dezembro de 2010

E a mim ninguém me diz nada ?!


Sócrates: Executivo do PS "vai chegar ao fim da legislatura". "Isto é que ter fé, irmã!" Como dizia o passante àquela freirinha com o carro avariado apanhada a fazer xixi para dentro de uma lata de gasolina...

Há 2077 pensionistas com mais de 100 anos. É sempre assim em vésperas de eleições: esqueceram-se de actualizar os cadernos.

Metade das vagas de emprego fica por preencher. Como diria a Ivone Silva: "Isto é que vai uma crise!".

Videojogos sabem jogar com a crise e estão a vender mais em Portugal. Eis o caminho! Já se vê uma luz ao fundo do túnel.

Estado de euforia passou - admite Jesus. (Notícia com chamada de 1ª pág no CM) Até que enfim! Por que é eu sou sempre o último a saber?

Paulo Portas defende que as horas extraordinárias não devem ser tributadas. E ainda há quem diga foi o PP espanhol que esteve por detrás da greve dos controladores aéreos. Afinal foi o PP português.

sábado, 11 de dezembro de 2010

E nós, e nós, e nós?! Ficamos na mesma.


Os liquidatários da empresa do burlão americano Bernard L. Madoff, depois de lhe terem executado todo o património próprio, correram atrás dos favores a amigos: acabam de processar na Áustria o Bank Medici AG e a sua fundadora Sonja Kohn a quem exigem 58,8 mil milhões de dólares.

Em Portugal, no caso do BPP e do seu fundador João Rendeiro, o seu advogado José Miguel Júdice arma um pé-de-vento na SIC por causa de uma perquisição a casa do arguido, telefona pessoalmente ao director da PJ a queixar-se dos inspectores, sempre com grande cobertura televisiva (ou não fosse o principal accionista do BPP o dono de um canal!) e quando é noticiada a descoberta de uma enorme colecção de obras de arte na casa do próprio logo se proclama aos quatro ventos (nos quatro canais!) que a colecção não é dele, que o banqueiro por assim dizer não passa de um fiel de armazém, e ficamos assim.

Também ficamos na mesma quanto aos beneficiários da burla do BPN, sempre a investigar sem chegarmos a lado nenhum, no caso do BPN e do seu fundador Dias Loureiro, que se limitou a deslocar a sua actividade empreendedora para Cabo Verde, que é mais perto do que Porto Rico mas menos atingível, como se provou com o chamado Banco Insular inventado pelo grupo do BPN para arcar com os prejuízos, causados pelo núcleo duro dos amigos de Cavaco Silva.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Liberais de todo o Mundo, uni-vos"

"Não pagamos" ─ clamam neste momento os manifestantes à volta de Westminster. Atenção que isto não são aumentos a brincar, como os das propinas em Portugal nos idos de 90! De uma assentada, as propinas mais do que triplicaram no Reino Unido: sobem de cerca de 3000 libras, em média, para mais de 9 mil libras, por ano (i. é, 10.740 €/ano, 900 €/mês!). Conservadores e liberais britânicos, David Cameron e Nick Clegg, bem tinham avisado que era preciso "emagrecer" o Estado Social. Quem quer Universidade paga-a.

Hoje é o Ensino, amanhã será a Saúde, a Segurança Social, tudo o que gasta... Os liberais, é verdade, também tinham assinalado expressamente que jamais votariam um aumento de propinas porque os estudantes britânicos já vivem essencialmente de empréstimos, estão endividados até aos cabelos, e ainda não começaram ganhar, vivem por conta do que hão-de pagar um dia. Mas votaram.

Por que é que hão-de ser os nossos impostos a pagar os estudos destes senhores ? ─ ouvi nna Sky News, do Murdoch. Abaixo os impostos, viva a Economia. É a palavra de ordem dos "liberais de todo o Mundo, uni-vos", a receita infalível, o abre-te sésamo das vitória eleitorais, em todas as latitudes. Abaixo o Estado! Pim.

Funcionou no Reino Unido e está a chegar até nós: Estado mínimo, propinas máximas, o esplendor de Portugal, desta vez é que é, começa a 23 de Janeiro. "Os nossos impostos" não vão pagar os estudos superiores da canalha, que são caros (os outros também!), "os nossos impostos" não vão pagar as doenças crónicas, as operações caras, os cuidados de saúde custosos, "os nossos impostos" não vão pagar a regulação do sistema bancário, embora paguem os rombos (roubos!) do BPN e amigos (um favor imenso que o PS já fez ao PSD).

O mais tardar lá para Março ficamos livres: um Presidente de direita, uma maioria de direita, um Governo de direita. A ver se nos endireitamos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cantar ou não cantar o hino ─ eis a questão

Michel Platini, antiga glória do futebol francês, actual presidente da UEFA, declara alto e bom som que nunca cantou o hino e não é por isso que ama menos a França: "La Marseillaise (...) c'est un hymne guerrier qui n'a rien à voir avec le jeu, la joie du football. Les onze en face de nous, sur le terrain, ils ne venaient pas 'égorger nos fils et nos compagnes', ils voulaient juste nous prendre le ballon."

Ridículo, de facto: "Os onze do outro lado não vêm degolar as nossas mulheres e filhos, querem apenas tirar-nos a bola". Mutatis mutandis, a Portuguesa que se inspirou Marselhesa, é igualmente ridícula. Faz algum sentido porem-se os rapazes p'ràlí a gritar "Às armas, às armas", a prometer e jurar que vão "marchar contra os canhões marchar, marchar"?

Primeiro, marchar contra canhões é uma estupidez táctica e técnica, como se comprovou na I Guerra Mundial, mais vale fintá-los. Segundo, é anda pior do que o original de 1891, onde era contra os saxões que se marchava por causa do Ultimatum Inglês que nos tirava os territórios do "Mapa Cor-de-Rosa". Mais sentido faria na actualidade "contra os prussianos, marchar, marchar" por causa do Ultimatum dos Mercados que nos põe a pão e água.

Pois ridículo é e não faz sentido nenhum. Et pourtant... "Senhor, a teus pés eu confesso", eu gosto de ver os nossos jogadores a cantar o hino antes de um desafio internacional. Parece que dá sorte, sei lá!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Boicote ao Mundial da Rússia já !


E não se pode boicotar o Mundial que a FIFA deu à Rússia? Revela-se agora que Vladimir Putin andou em conversações secretas com os membros da comissão executiva, que "pelo menos um terço deles" responderam à chamada do antigo chefe do KGB e actual czar de todas as Rússias, amigo do peito de Sepp Blatter ─ e "estão bem um para o outro" ─ e de Sílvio Berlusconi ─ sigam os links, que a máfia russa é a irmã mais nova da máfia italiana.

Afinal não há mistério nenhum, sr Madail ? Os srs foram de cara descoberta a Zurique apresentar a candidatura ? Ingénuos, fizeram mal, como está a vista. E gastaram em vão o nosso dinheiro, como reconhece o seu colega Villar depois de ter passado o tempo a dar graxa à FIFA, ou como denuncia o seu colega da Federação inglesa, que se demitiu por não poder confiar naqueles trastes. Provado está que na FIFA o que releva passa por debaixo da mesa.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu estou a ganhar dinheiro


Ando como gato com chocalho, feliz que só eu: ontem passei pela FNAC e vim de lá com cinco livros de uma vez: um Valter Hugo Mãe, que se lê bem, um Gonçalo M. Tavares, que está na moda, um Mia Couto, que gostei das duas primeiras páginas, um Manuel Alegre, que já conhecia, para oferecer, um Lobo Antunes, a ver se me reconcilio com ele.

Cinco?! Mas que é que te deu? Um livro, para mim, não é uma compra de impulso. Tenho de o descobrir primeiro, namorá-lo, ler-lhe/roubar-lhe uns parágrafos aqui e ali, até mesmo páginas inteiras, folheá-lo, sopesá-lo, mirá-lo, ver, da figura que faz, do cheiro que tem, o que que disseram dele. Depois, depois, é só ir fazendo contas, que os meus orçamentos não admitem défices, e o valor da coisa também vem do que custa.

O que é que me deu? Eu estou a ganhar dinheiro. Primeiro poupei ontem "uma nota preta" com a atribuição do Mundial de 2018 à Rússia. Não vou, está decidido. Escusam de insistir, não ponho lá os pés. Cinco-seis horas de viagem daqui a Moscovo? E depois mais outro tanto de Moscovo às cidades onde por azar hão-de jogar os portugueses?

Sorteio, qual sorteio, não brinquem comigo, na FIFA amiga de Putin, feudo de Blatter, é evidente que um País como o nosso, se for lá, há-de ser empurrado para o cu de Judas - uma daquelas cidades do Cáucaso, a 12 horas de Moscovo, que vivem na Idade Média, "onde as pessoas nem sabem que são russos" (a frase é de um amigo meu, antigo cidadão soviético, que prefere o anonimato!).

Um regime autoritário, policial, de máfias, ─ que se queixe! ─ de amigos do peito do padrinho Berlusconi, onde o poder limpa o sebo a jornalistas incómodos, ameaça tudo e todos, encomenda assassinatos, dos seus antigos espiões, onde quer que se encontrem ─ Você vai? Eu não! Vai uma aposta que tirando as comitivas oficiais (aliás, numerosíssimas se Queiroz retomar mais uma vez o leme na porcaria da Federação, lagarto, lagarto!), quase ninguém do Ocidente vai pôr os pés na Rússia.

Eu não, e já comecei a poupar o dinheiro que iria gastar em 2018 se lá chegar! E a gastá-lo em livros, aos cinco de cada vez. Também estou a ganhar dinheiro com os comentários agressivos, estúpidos, cansativos, irritantes, pesporrentes, impossíveis de aturar, que o sr. Joaquim Oliveira me costumava impor na Sport TV. Acabou-se. Daqui a Setembro do próximo ano, já fiz as contas, vou economizar uns 300 Euros. Como também deixei de fumar, a bem dizer, estou rico. Posso dar-me ao luxo de comprar uma data de livros que tenho andado a namorar.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Governador do BdP a arranjar lenha para o Spiegel

Vale a pena seguir o link que o Câmara Corporativa revela no post "Por que no te callas ?" : as declaração do Governador Carlos Costa são uma dádiva para o Spiegel e achas na fogueira ateada pela Srª Merkel, apostada em arranjar negócios cada vez mais chorudos para os seus bancos, que não recebem mais de 2,5% quando subscrevem, com relutância, títulos da dívida alemã.

Há, aliás, outros links da máxima actualidade no mesmo Câmara Corporativa. Por exemplo este com Portugal e Espanha a arder, e alguns pirómanos internos a atiçar o fogo, já começou a ofensiva que há-de queimar também a Itália e a Bélgica e em seguida a França.

Como diz Paul Krugman: estaríamos muito melhor se não estivéssemos prisioneiros do euro.

Chantagem dos media ingleses: "dêem-nos o Mundial e a gente cala-se". E nós? Boicotamos o Mundial se for em Inglaterra?


Atenção, senhores da FIFA, Vêm aí uma guerra de guerrilha que nem no Afeganistão. British media preparing open season on corrupt Fifa at long last. Isto é, vai abrir a época da caça aos decisores da Fifa. Que "não há no mundo ninguém mais duro e vingativo do que os media britânicos" ─ ameaça hoje o site inglês footylatest.

E que no caso mais do que provável de não lhes ser concedida a organização do Mundial de 2018, "iremos atrás deles com tudo o que temos, e dispomos de provas mais do que suficientes para mostrar que a FIFA é corrupta até ao tutano": there is more than enough documented proof out there showing that Fifa is corrupt to the bone.

Questão: "Se têm tantas provas de corrupção na FIFA, porque não mostraram algumas no tal Programa da BBC dois dias antes do voto?". De facto, a maioria dos jornais ingleses reconhece que as acusações dos investigadores do Panorama são antigas (têm mais de dez anos): Incredibly the programme only re-hashed old claims ─ diz o The Sun. Mais: foram investigadas, e, sobretudo, não têm nada a ver com o actual processo de atribuição do Mundial.

No qual, dizem vários jornais ingleses, tudo indica que irá terminar com a vitória da Rússia, com Portugal e Espanha, em segundo lugar, e os ingleses apenas em terceiro. Por isso, mandam hoje a Zurique o Primeiro Ministro David Cameron, que será seguido amanhã pelo Príncipe William. Todos os que votarem pela Inglaterra terão direito a um dos 100 convites, que vão ser "sorteados", para o casamento do futuro Rei?

A cenoura e o bastão - eis a estratégia inglesa. Infelizmente, acrescentam os mesmos jornalistas,"alguns dirigentes da FIFA não parece darem-se conta das consequências" de uma decisão não favorável às pretensões britânicas. Infelizmente, porque, e cito no original, "all of the allegations would have died down if England were awarded the tournament".Isto chama-se chantagem: se têm algo a esconder, dêem-nos o Mundial e a gente cala-se.

Em suma, vale tudo, os ingleses não têm mesmo vergonha nenhuma e os outros concorrentes são parvos ou fazem-se. Donde a minha proposta: se este crime de ameaças, que o é, for premiado, Portugal e Espanha, e todos os que jogaram limpo, deviam boicotar o Mundial de 2018 em Inglaterra.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Todos grandes educadores

A campanha de Alegre patina, não sai do sítio, que o punho do PS não se levanta. Por este andar, vamos ter Cavaco eleito com mais de 60% à primeira volta, o que tendo em conta o desempenho do personagem é uma vergonha para todos os oponentes. "Os mais próximos companheiros de armas de Manuel Alegre" já começam a alijar as próprias responsabilidades e a apontar para o lado: a culpa, obviamente, é de Sócrates e do seu PS, deles é que não.

Ana Gomes (sem link, que o não merece) foi a primeira a espingardar: "Remodele, JÁ". Sócrates não lhe fez a vontade, pagará por isso. O motim continuou com o próprio MNE Luís Amado a exigir ser remodelado, o que só peca por tardio, devia ter exigido isso mesmo no dia a seguir às eleições, que não é curial um governo minoritário arcar sozinho com a impopularidade das medidas a tomar.

"Motim, Sire? Mas isto é uma revolução". Agora, é Vera Jardim, um bispo do PS, habitual pregador na Renascença, a dedicar a Sócrates uma homilia dominical: "remodele, já". En passant, é porque Sócrates não remodelou, ainda, que o PS assobia para o lado e não há maneira de se empolgar com Alegre e os eleitores também não.

A campanha de Alegre, de facto, não sai da cepa torta. E quem vai pagar as favas é Sócrates e o seu PS. Marcelo Rebelo de Sousa, analista isento (o que a gente se ri...), logo saltou sobre esta oportunidade de matar dois coelhos de uma cajadada: enterrar Alegre e acirrar as intrigas do PS: "Remodelação já, este Governo não vai lá"

Rima, está encontrada a palavra de ordem, a procissão ainda vai no adro. Maria de Belém deve ser a próxima fazer de grande educadora do Primeiro-Ministro.

domingo, 28 de novembro de 2010

Ditosa Pátria


Um amigo mandou-me um poema de Jorge de Sena. Escrito no exílio, na desesperança do ano de 1961, quando Humberto Delgado acabava de ser expulso das Forças Armadas e se refugiara no Brasil, quando Henrique Galvão tomava o Santa Maria, quando o MPLA atacava as cadeias de Luanda e a UPA massacrava no Norte de Angola, quando Goa, Damão e Diu eram ocupadas pela União Indiana, quando a revolta de Beja não dava em nada, quando as cadeias estavam cheias a rebentar de presos políticos, quando Salazar parecia eterno, quando o Dia do Estudante desencadeava uma repressão feroz. Poema datado? Talvez. Vejam bem:

A Portugal

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fátua ignorância;
terra de escravos, cu p’ró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol caiada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra − museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:

eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço: mas ser’s minha, não.


Dezembro de 1961

in «Quarenta Anos de Servidão» Lisboa, 1979


Passaram quase 50 anos sobre o poema de Sena. Hoje voltamos talvez a poder dizer "esta é a ditosa Pátria minha amada".
  • A minha Pátria do PS e dos bons empregos para tapar manobras internas (caso Víctor Baptista),
  • a minha Pátria do PS e dos honorários chorudos por coisa nenhuma (Tagus Park e escritório José Miguel Júdice),
  • a minha Pátria do PS e dos salários milionários a pequenos gestores da cultura (Guimarães capital da cultura).
Mas também
  • a minha Pátria de Alberto João Jardim sempre perdoado apesar de reincidente nos insultos a quem lhe dá de comer,
  • a minha Pátria de Pacheco Pereira, sempre na vanguarda dos seus aliados do Ministério Público,
  • a minha Pátria de Belmiro de Azevedo & filhos feitos com a conspiração castelhana na Opa da PT por causa da Vivo,
  • a minha Pátria de Cavaco Silva, sempre bajulado apesar dos seus negócios particulares no BPN, aliás em sintonia total com o PSD, pelo menos na inventona das escutas.


sábado, 27 de novembro de 2010

FMI nosso que estais no Céu

Passos Coelho já fala de ser Primeiro-Ministro com a bênção do FMI, a quem aparece a rezar hoje na 1ª Página do Expresso, que perspectiva empolgante! Bem sei que os media, em coro, já lhe cantam hossanas, mas, como os franceses costumam dizer, "não se deve vender a pele do urso antes de o ter matado". Balsemão, Belmiro, Cavaco e Portas, por esta ordem, mandam muito, sobretudo na comunicação social. Mas não são, ainda, os donos dos votos todos.

Preocupa-me mais o que se passa aqui ao lado, à oitava economia do mundo, com uma dívida pública que é das mais pequenas da União Europeia, mas nem por isso menos acossada, flagelada, encostada à parede, pelo eixo franco-alemão do capital:
  • ABC. es: "El Rey convoca a Salgado (ministra do Economia) ante lo acoso de los mercados a España"; Zapatero busca el compromiso de los empresarios para crear empleo...
  • Público.es: "Ofensiva para calmar a los mercados. Más transparencia contra la especulación. El Gobierno obliga a la banca a revelar nuevos datos de sus activos imobiliários. Las principales empresas acuden hoy a la llamada de Zapatero.
  • El Pais: "El Gobierno intenta aplacar los mercados com más transparencia". Zapatero se reúne com los empresarios en plena tormenta de los mercados.
Tormenta, acosso, o Rei que convoca uma ministra à Zarzuela (fá-lo uma vez todos os dez anos), Rajoy e Pons , do PP, que falam da ruína de Espanha, Almunia, o comissário espanhol em Bruxelas, que tem duvidas sobre o Governo do seu camarada Zapatero.

Ora bem, estamos no mesmo barco de Espanha, somos a Ibéria Unida, e não só para o Campeonato do Mundo, para o bem e para o mal, queiramos ou não. Passos a rezar ao FMI é como ao outro. Rajoy é um caso mais sério. Que se trata de um político de direita que foi capaz de ler mais de página e meia de um livro de Saramago e, presumivelmente, até sabe quantos cantos têm os Lusíadas.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O triunfo dos especuladores


Pois regresso às lides. Àquela meia dúzia de leitores que repararam na minha ausência e me perguntaram as razões do meu silêncio, eu respondo: tirei férias, umas férias de nojo. Não que me tenha morrido alguém, desta vez não. Mas sinto que me estão a morrer todos os dias as ilusões: cada vez confio menos na União Europeia, nas vantagens do euro, no futuro da Pátria, nas glórias do Benfica.

Pois riam-se à vontade. A dura realidade é que vivemos numa espécie de "animal farm" e vamos assistindo impávidos ao "triunfo dos porcos". Depois da Grécia e da Irlanda, os capitalistas arrebanhados pela srª Merkel e pelo sr. Sarkozy (eles não nos querem no euro) começam a assetar baterias contra Portugal, e lá têm as suas razões (sei do que falo: viajo, falo línguas, e como dizia a Sophia, "vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar"). Temos...
  • a extrema esquerda parlamentar mais poderosa, e mais ouvida, nos media, do Atlântico aos Urais,
  • um Governo fraco, minoritário, sem ânimo nem força, cuja única missão, a única que os jornalistas lhe consentem, é fazer o papel de saco da porrada no agit-prop permanente das televisões e jornais,
  • um Presidente que apadrinha inventonas contra o Governo, que beneficia de negócios de acções, como no BPN, e passa os dias aos saltos nos média, a arrotar postas de pescada, "génio das banalidades" (ah, que saudades do Saramago!), ou, como se diz na minha terra, um lameirinho bem regado, de presunção e água benta,
  • uma Justiça sindicalizada, barriguda, corporativizada, preguiçosa, de fugir, que é um perigo para os cidadãos e para as actividades económicas.
E por aí adiante, foi por isso que tirei férias. Pois não melhorou nada desde que deixei de escrever, a prova de que a culpa não era minha. Ontem, regressado de Madrid (magnífico, sempre), fugi mais uma vez das televisões portuguesas e dos jornais (também para não ouvir os abutres sobre a derrota do Benfica em Israel!) acabei por fixar-me na Deutsche Welle como barulho de fundo.

Pois que dizem os sequazes da srª Merkel (que saudades de Helmut Khol!)? Que Portugal vem a seguir, já que se encontra em "deep recession"! É mentira, crescemos pouco mas crescemos, no último trimestre. Apesar do alarmismo que espalha a nossa extrema direita. Apesar da agitação da extrema esquerda.

E por falar de extrema esquerda: escrevo este post com a televisão ligada na CNN. Sabem qual uma das notícias em destaque, hoje, três dias passados sobre a greve geral? Esta: "Portuguese
workers take strike". Ainda? Nem mais: há notícias que rendem, rendem. Até que os capitalistas alemães e franceses ferrem o dente no que resta da carne. Ficam-nos os ossos.
Com esta extrema esquerda, com estes magistrados, com estes jornalistas de agit-prop - valerá a pena continuar no euro? Tenho muitas dúvidas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pelas "mais amplas liberdades" PCP apoia Pequim

Grandes democratas estes dirigentes do PCP, não haja dúvida. Após três dias de reflexão, que não é de ânimo leve que estas posições se tomam, eles aí estão a manifestar-se contra o Nobel da Paz atribuído ao Professor Liu Xiaobo. Preso e isolado nos curros do Aljube (perdão, na prisão de Jinzhou, que é ainda pior, eu vi no Camboja as prisões dos khmers vermelhos, uns filhotes da China comunista).

Quem já está a pagar as favas da "falta de credibilidadde" do juri norueguês é a mulher do laureado, a poetisa Liu Xiao, que foi de imediato sujeita a prisão domiciliária, e impedida de ver a família ou usar telemóvel. Mais "amplas liberdades" do que esta o PCP não consegue imaginar.

Que crime tenebroso cometeu Liu Xiaobo que lhe valeu 11 anos de cadeia na democrática República Popular da China (tão ou mais democrática do que a Coreia do Norte ─ diria Bernardino Soares!) ? Assinou um manifesto a pedir a liberdade de expressão e uma abertura pacífica do regime que um dia haveria de conduzir eleições multipartidárias.

Uma coisa assim, no esfera internacional, deixa o PCP possesso, tão patriotas que eles são!. Por isso apoiou o Pacto Germano Soviético entre Hitler e Estaline em 1940, contra os subversivos polacos, que haveriam de pagar o seu crime com duas invasões, dos nazis primeiro e dos soviéticos em seguida.

Por isso, apoiou o PCP a invasão e a ocupação sangrenta da Checoslováquia em 1968 pelas tropas do Pacto de Varsóvia que Álvaro Cunhal celebrou. Estavam em causa aquele género de indivíduos, como Vaclav Havel, que dez anos depois haviam de assinar a Carta 77 a defender uma abertura democratica... coisa que o PCP não confunde com "as mais amplas liberdades" que patrioticamente defende para Portugal.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Isto vai dar para o torto, olá se vai!

As medidas anunciadas por José Sócrates, para o Orçamento de 2011, eram esperadas mas nem por isso são menos violentas, para todos. Segundo o Economist podem atirar o País para uma nova recessão, o que pode alargar a dimensão do défice, em vez de o reduzir, como na Irlanda.

Vem aí agitação e revolta ─ como na Grécia. Ou no Equador ! As televisões, as rádios ─ e os "jornais de referência"! ─ já começaram a mobilizar as tropas. E discordo de Freitas do Amaral: quem está a brincar com o fogo não é o PS e o PSD. É o jornalismo de combate que temos, em queda permanente de audiências, desesperado, mais do que as pessoas, que geralmente detestam demagogias.

O jornalismo de combate que temos, esse, sim, brinca com o fogo. Um fogo que insaciável pode virar-se contra si, como esta manhã os polícias amotinados em Quito, mas que lhes importa, desde que vendam! É o sistema !

Pior do que tudo: o Governo do PS não tem os meios para estas medidas. Desde logo não tem maioria, e o PSD não tem nenhuma obrigação de partilhar uma parte da impopularidade, afectando moderação de circunstância, enquanto os demagogos da extrema direita berram como possessos, enquanto os estalinistas do BE, mais do que os do PCP, incham como sapos.

O circo está montado. O sistema eleitoral foi desenhado para que ninguém tivesse maioria, para termos governos fracos, piões das nicas, toda a primazia às forças de bloqueio, aos poderes soberanos dos tribunais e dos media ─ excepcionalmente, os eleitores é que decidiram ter mais juízo do que os constituintes e quiseram governos de maioria.

Um sistema eleitoral assim não existe em mais nenhum País da Europa do Sul. Em Espanha, a solução foi apostar em círculos eleitorais pequenos, a grande maioria dos quais não tem mais de 5-6 deputados. Por isso, o PCE e os Verdes espanhóis só elegeram um deputado nas últimas legislativas, enquanto a Esquerra Republicana, comparável ao nosso Bloco pelo extremismo das suas propostas, tem 3 deputados.

Com 5 deputados estalinistas e assimilados, um país é governável, uma vez que os partidos regionalistas se revezam a dar a mão ao partido do Governo na aprovação do Orçamento, em troca de algumas vantagens, sem que os media levantem uma onda de indignação. Contrariamente ao que aconteceu em Portugal com o chamado Orçamento do queijo limiano, em que só faltou queimar na praça pública aquele deputado de Ponte de Lima.

Com a extrema esquerda mais poderosa da Europa, acima dos 20% dos votos, temos "revolução permanente" (além da extrema direita mais barulhenta do Mundo - claro que me refiro ao CDS de Paulo Portas !), temos o caldo entornado. Esta austeridade vai dar para o torto, olá se vai!

Sobretudo que vamos ter de viver assim. durante mais de um ano. Com o poder na rua? Pior: o poder real está nas televisões. Que já uma vez decapitaram uma direcção do PS, para desviar as atenções dos problemas pessoais de alguns dirigentes máximos da extrema direita - "Vocês sabem de que é que eu estou a falar", como dizia o Octávio Malvado. Desta vez, se no final da jornada ainda houver eleições, o PS pode baixar abaixo dos 21%, pior do que em 85, após o Governo do Bloco Central.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Perguntas de algibeira sobre futebol

1 - Por que é que o Benfica não rescinde com a Olivedesportos? Mistério.
Real Madrid e Barcelona recebem por ano cerca de 300 milhões de Euros, metade dos 600 milhões de direitos televisivos que rende a Liga Espanhola. Por cá a parte de leão das receitas televisivas vai para o FCPorto e Sporting e não tem nada que ver com as audiências dos jogos, se tivesse era o Benfica que recebia mais.
De que espera o Benfica para rescindir com o Olivedesportos? ─ é um mistério. Razões? Justas causas? Não faltam. Basta ver e registar os insultos e calúnias que são atirados ao clube da Luz todas as semanas no Fórum da Sport TV. A responsabilidade é obviamente de quem os põe no ar.

2 - Por que é que a ADOP avocou o processo Queiroz? Está explicado.
Depois do Conselho de Disciplina da FPF ter preferido as "petas" de Queiroz aos factos revelados no relatório da Autoridade Anti-Dopagem, vem agora o Conselho de Justiça, à revelia dos ditos factos e do mais elementar bom senso, ilibar completamente Queiroz.
Como é que a Lei podia confiar à esta Justiça federativa a tutela do combate anti-doping? Ficou exuberantemente provada a razão das disposições legais que permitiram à ADOP avocar o processo.




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Que saudades do Scolari!

Pois é: Rei morto, rei posto. Depois da nega de Florentino, aí temos Paulo Bento no posto de comando da selecção. Não gosto. Preferia Henrique Calisto, Carvalhal, Cajuda...

A "culpa" é de Madaíl, mais uma vez. Agarrado ao poder, joga o fazedor de reis, escolhe-os quezilentos, de mal com o Mundo (e com todos os jogadores portugueses que nunca jogaram no Sporting?), embirrento, queixinhas, "calimero", que ainda é o que de mais simpático se pode dizer dele.

Que saudades de Scolari! Que nos saiu muito mais barato do que Queiroz e fez muito mais. E do Humberto Coelho! E do António Oliveira, até, apesar daquela asneira de ter apostado em Víctor Baía no Japão!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SCUTS: Vem aí uma senhora Maria da Fonte!


O Câmara Corporativa, um dos meus blogues de referência, farto-me de o dizer, goza com Passos Coelho pretender um "sistema simples" de cobrança em todas as SCUTS enquanto alguns autarcas do PSD, p.ex. Macário Correia e Rui Rio, em Faro e no Porto, não querem que os seus munícipes paguem. Honra a Passos Coelho, que põe os interesses do Estado acima das conveniências, ou dos compromissos eleitoralistas, dos eleitos do seu partido!

Fizesse o Primeiro-Ministro o mesmo em relação aos seus próprios compromissos eleitoralistas (aos seus eleitores de Castelo Branco, que lhe deram aliás o pior resultado do PS desde 1991) e em relação à sua corte ! Repito aqui o que disse ao Miguel Abrantes:
O "sistema simples" é, como ouvi na televisão a um deputado eleito pelo PS (João Galamba?), que todos deviam pagar. As isenções são uma injustiça e uma trapalhada: por que carga de água os residentes em Santa Maria da Feira, com duas autoestradas ali à mão, hão-de ter descontos e os de Arouca, ao lado, com acessos sinuosos, demorados, perigosos à autoestrada, não têm?
De resto, como venho afirmando, desde 22 de Julho:
As SCUTS, que o engenheiro João Cravinho inventou nos idos de Guterres, custam-nos os olhos da cara. O PS apercebeu-se agora, quer portagens mas quer manter privilégios para alguns que pagamos todos. Por isso e só por isso estamos num impasse. O PSD, e nisso muito bem, diz que não há condições para continuar as conversas. Já não avançam a 1 de Agosto, é evidente, mesmo se o decreto em vigor diz que já começaram a 1 de Julho.

Eu não entendo o assanhamento do PS na discriminação positiva, que é o contrário da universalidade. Discriminação positiva com que critérios? Entre Douro e Vouga, por exemplo, há um município que beneficia da isenção: Santa Maria da Feira. Arouca, que é a minha terra, não beneficia. Por isso como diz o eng José Artur Neves, eleito pelo PS, o meu Presidente, no site da Câmara:

O Município de Arouca sente, assim, mais uma vez, o peso da interioridade e da ausência de um acesso rodoviário condigno, seja ele portajado ou isento, vendo-se, com esta medida injusta, ainda mais limitado e onerado nas deslocações efectuadas pelos seus munícipes.

A título de exemplo, um arouquense que deseje deslocar-se ao Porto por um acesso minimamente condigno, terá de fazer um percurso sinuoso até Santa Maria da Feira, pagando os custos de portagem daí em diante, ao passo que aqueles que têm a auto-estrada «à porta» estão isentos de pagamento.
É uma injustiça, uma dupla injustiça, de facto. Há uma data de municípios que estão na mesma situação. Nós, por exemplo, na Região Metropolitana de Lisboa, que pagamos as pontes, a CREL, a A2, a A5, sejamos ricos, pobres ou remediados, pagamos sempre. Tudo. Para que os privilegiados do Porto, de Aveiro, de Castelo Branco, continuem a eleger o eng. Sócrates, ou o dr. Rui Rio (ou o eng. Malato Correia, acrescento!)

Não há moralidade nas discriminações que o PS (e alguns autarcas do PSD!) querem manter para alguns à custa de todos. Depois não se queixem.