segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Que saudades do Scolari!

Pois é: Rei morto, rei posto. Depois da nega de Florentino, aí temos Paulo Bento no posto de comando da selecção. Não gosto. Preferia Henrique Calisto, Carvalhal, Cajuda...

A "culpa" é de Madaíl, mais uma vez. Agarrado ao poder, joga o fazedor de reis, escolhe-os quezilentos, de mal com o Mundo (e com todos os jogadores portugueses que nunca jogaram no Sporting?), embirrento, queixinhas, "calimero", que ainda é o que de mais simpático se pode dizer dele.

Que saudades de Scolari! Que nos saiu muito mais barato do que Queiroz e fez muito mais. E do Humberto Coelho! E do António Oliveira, até, apesar daquela asneira de ter apostado em Víctor Baía no Japão!

2 comentários:

  1. Calma, Caro Zé Teles. Ou Tranquilidade... Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Coma a sua licença, aqui reproduzo um belo artigo de João Querido Manha a respeito deste assunto:
    "Ao observarmos as cenas trágico-cómicas da ida de Gilberto Madaíl a Madrid culminar os preparativos de uma conversa telefónica com Florentino Pérez, tudo estava em "su sitio": um assessor diligente e discreto, exímio na língua espanhola (João Rodrigues), um chauffeur qualificado, silencioso e venerador (Jorge Mendes) e um interlocutor de casta superior, orientador e impositivo (José Mourinho) - um guia, um piloto e um líder, espécie de GPS humano, a evitar que se perdesse na tradução ou nas sombras de Chamartin.
    Ao longo de mais de 15 anos, Gilberto Madaíl avocou com mestria invejável, como se de uma capacidade inata se tratasse, a assunção do princípio de Peter: conduzir deixando-se conduzir, sempre no assento do pendura.
    Destas duas décadas de muito razoável gestão da imagem pessoal, com raras entrevistas, fuga permanente às polémicas públicas e cirúrgicos "lifts" e colorações contra a erosão do tempo, fica uma imagem de marca, indelével e subliminar. A gestão dessa imagem de homem de pose e posses é executada com tanto profissionalismo que seria mais fácil ver os olhos de Pedro Abrunhosa do que Gilberto Madaíl sentado ao volante.
    Chegado à presidência da Federação montado no tanque de assalto de Adriano Pinto e do grupo da sueca, foi prosseguindo mandato atrás de mandato sentado num atrelado de Joaquim Oliveira e ainda ocupou o minibus dos serventuários de Joseph Blatter, conseguindo avançar, sem pisar o risco, das filas do fundo para um lugarzinho à janela.
    E, com a diligência passiva muito própria dos que se deixam levar sem nunca definirem o destino final, tornou-se mestre na eleição de condutores de ocasião, viajando sucessivamente à boleia dos utilitários de António Oliveira (motorizados pela Olivedesportos), dos protótipos de Humberto Coelho (que tinha mãos para os Ferrari encarnados), dos todo-o-terreno de Felipe Scolari (capaz de guiar qualquer marca desde que coberta de anúncios dos patrocinadores) e dos carrões com volante ao contrário de Carlos Queiroz (o piloto automático dos inteligentes).
    Quando lhe disseram que havia um condutor Especial interessado em colmatar a incompetência geral dos treinadores portugueses para dirigir o grande camião de jogadores de Jorge Mendes a que chamam Seleção, Madaíl deslumbrou-se perante a possibilidade de passar a ser visto como o melhor pendura do Mundo. E, com a simplicidade dos ingénuos, provocou o maior despiste da carreira de José Mourinho.
    Mas sossegue quem tema que o presidente da FPF, a quem o atual sequaz dos homens do chitos continua a garantir assento e almofadinha, tenha sofrido alguma beliscadura no estampanço de Madrid. Os anos de experiência couraçaram-no como autêntico robô de crash-tests, cujo peso faz sempre pender a violência dos embates de frente para o lado do condutor.
    Com este pendura, o lugar do morto é sempre ao volante - salvo seja o Paulo Bento, agora promovido a arrumador de carrinhos de choque."

    ResponderEliminar