sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SCUTS: Vem aí uma senhora Maria da Fonte!


O Câmara Corporativa, um dos meus blogues de referência, farto-me de o dizer, goza com Passos Coelho pretender um "sistema simples" de cobrança em todas as SCUTS enquanto alguns autarcas do PSD, p.ex. Macário Correia e Rui Rio, em Faro e no Porto, não querem que os seus munícipes paguem. Honra a Passos Coelho, que põe os interesses do Estado acima das conveniências, ou dos compromissos eleitoralistas, dos eleitos do seu partido!

Fizesse o Primeiro-Ministro o mesmo em relação aos seus próprios compromissos eleitoralistas (aos seus eleitores de Castelo Branco, que lhe deram aliás o pior resultado do PS desde 1991) e em relação à sua corte ! Repito aqui o que disse ao Miguel Abrantes:
O "sistema simples" é, como ouvi na televisão a um deputado eleito pelo PS (João Galamba?), que todos deviam pagar. As isenções são uma injustiça e uma trapalhada: por que carga de água os residentes em Santa Maria da Feira, com duas autoestradas ali à mão, hão-de ter descontos e os de Arouca, ao lado, com acessos sinuosos, demorados, perigosos à autoestrada, não têm?
De resto, como venho afirmando, desde 22 de Julho:
As SCUTS, que o engenheiro João Cravinho inventou nos idos de Guterres, custam-nos os olhos da cara. O PS apercebeu-se agora, quer portagens mas quer manter privilégios para alguns que pagamos todos. Por isso e só por isso estamos num impasse. O PSD, e nisso muito bem, diz que não há condições para continuar as conversas. Já não avançam a 1 de Agosto, é evidente, mesmo se o decreto em vigor diz que já começaram a 1 de Julho.

Eu não entendo o assanhamento do PS na discriminação positiva, que é o contrário da universalidade. Discriminação positiva com que critérios? Entre Douro e Vouga, por exemplo, há um município que beneficia da isenção: Santa Maria da Feira. Arouca, que é a minha terra, não beneficia. Por isso como diz o eng José Artur Neves, eleito pelo PS, o meu Presidente, no site da Câmara:

O Município de Arouca sente, assim, mais uma vez, o peso da interioridade e da ausência de um acesso rodoviário condigno, seja ele portajado ou isento, vendo-se, com esta medida injusta, ainda mais limitado e onerado nas deslocações efectuadas pelos seus munícipes.

A título de exemplo, um arouquense que deseje deslocar-se ao Porto por um acesso minimamente condigno, terá de fazer um percurso sinuoso até Santa Maria da Feira, pagando os custos de portagem daí em diante, ao passo que aqueles que têm a auto-estrada «à porta» estão isentos de pagamento.
É uma injustiça, uma dupla injustiça, de facto. Há uma data de municípios que estão na mesma situação. Nós, por exemplo, na Região Metropolitana de Lisboa, que pagamos as pontes, a CREL, a A2, a A5, sejamos ricos, pobres ou remediados, pagamos sempre. Tudo. Para que os privilegiados do Porto, de Aveiro, de Castelo Branco, continuem a eleger o eng. Sócrates, ou o dr. Rui Rio (ou o eng. Malato Correia, acrescento!)

Não há moralidade nas discriminações que o PS (e alguns autarcas do PSD!) querem manter para alguns à custa de todos. Depois não se queixem.

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