Alguém que lhe diga que não são as formalidades que contam mas a substância? Ou que esses são temas na agenda política nacional há mais de um mês por muito que lhe custe? Não houve: os jornalistas despachados para seguir o PR são escolhidos a dedo. E a campanha ainda agora começou.
Mais disse Cavaco ─ e é manchete no Público, quem diria? ─ que o Presidente da República "não espera instabilidade" por causa do OE. Ah, o guardião da estabilidade, nosso santo protector a bem dizer! Acontece apenas que ao dizer isso estava Sua Excelência a responder ipsis verbis ao Deputado Ricardo Rodrigues. A responder-lhe exactamente como o PSD quer.
Dá para entender?
A minha opinião é que tanto o PR como o PSD acham que o PS e o Governo estão a dormir na forma e assim querem que continue pelo menos até ao dia 9 de Setembro. A partir desse dia vale tudo: pode o PR promulgar todos os diplomas que as oposições unidas aprovem contra o Governo, que ninguém repara. Ainda esta semana promulgou um e o Governo que se desenrasque. Antes tinha promulgado o aumento dos ordenados dos Presidente de Junta sem cuidar do pormenor do cabimento orçamental. Segue-se mais um diploma impossível de aplicar sobre os professores, que todas as oposições estão de acordo e Mário Nogueira já deu o mote.
A guerrilha pode continuar. Mesmo uma guerra aberta em todos os azimutes. Cavaco para ser reeleito precisa de um governo fraco, impotente, contestado na rua e nos media, e ele, salvador, impoluto, acima de toda a suspeita, que dá o pau e a cenoura.
Defendo que o PS deve dizer ao País alto e claro que o momento é grave e é preciso um Governo na plenitude das suas funções. Se necessário deponha na Assembleia já esta semana uma moção de confiança e se as oposições unidas deitarem abaixo o Governo que se avenham com eleições em Novembro. Quanto mais tempo deixar passar, pior para o Governo. E sobretudo para o País.
E sobretudo para o país. Nem mais.
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