segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Forrobodó nos professores: a luta continua

De férias no Norte, leio mais o Jornal de Notícias e arrependo-me sempre de não o fazer mais vezes, o JN é provavelmente o melhor jornal do País. Em dias sucessivos, pôs a nu o descontrolo em que estão as pensões e o pagamento de horas extraordinárias dos professores.

Se era preciso uma prova que este Governo não tem autoridade para governar, como pretendeu Passos Coelho no Pontal, ela aí está. E estou mais de acordo que foi um bom discurso de um líder da Oposição que quer desgastar o Governo, do que um tiro de pólvora seca, como pretendem, a uma só voz, Jerónimo de Sousa e Marcelo de Sousa - serão da mesma família?

Errada, a resposta do Governo: não pode passarf a vida a gritar vem aí lobo, o que o PSD quer é uma crise política. Se estivesse a governar como devia, a resposta que se impunha era desafiar o PSD a apresentar uma moção de censura, uma vez que para tal não lhe faltaria o apoio do PCP e do Bloco, que estão todos os dias na rua a censurar o Governo.

A situação no ensino, desde que Maria de Lurdes Rodrigues foi sacrificada na altar das demagogias, é de desnorte completo. O mesmo se passa na Justiça, onde o ministro diz que está disposto a ouvir o que o Procurador tem a dizer, enquanto o seu secretário de Estado fecha todas as portas e janelas: "o PGR tem os poderes que deve ter" e ponto final.

Em suma: na Justiça como no Ensino manda menos o Governo do que os contrapoderes (Cavaco diria "as forças de bloqueio"!) e assim o País não aguenta, afunda-se de vez. Ao que tudo leva a crer, passado o 9 de Setembro, não teremos poder nenhum durante mais de um ano. Com os sindicatos aos saltos e a Justiça na rua, como está, Sócrates, como seu homónimo na Grécia antiga, vai ser obrigado a beber a cicuta.

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