domingo, 31 de maio de 2009
Quem tem amigos
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Em Portugal não se sabe quando são as europeias
- que a Suécia, que em referendo muito participado na altura se pôs fora do Euro, em oito meses, desde que estalou a crise financeira internacional, passou de eurocéptica a euroentusiasta.
- e que a Irlanda, que votou contra o Tratado de Lisboa e partilha uma boa fatia da responsabilidade de não haver capacidade de resposta da União Europeia à crise (a menos que seja desculpa de Durão Barroso), é o país onde há mais gente interessada por estas eleições europeias (72%).
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quarta-feira, 27 de maio de 2009
Votar é bom mas ocupar é melhor
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Sintra contra circos e touradas
Touradas e espectáculos de circos com animais ficam praticamente postergados no concelho, uma vez que não existindo infra-estruturas fixas que permitam a realização destes espectáculos em Sintra, "isto significa que não será mais dada a autorização a nenhum tipo de eventos deste tipo". Dizem os animadores da Acção Animal, que estão na origem da iniciativa do Bloco de Esquerda, de cujo site retirei a ilustração acima.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Um rapaz com ideias próprias
Pois, desta vez não desgostei! Falo da sua entrevista ao novo jornal i. Nos blogues, os destaques que vi são a aparente atrapalhação do candidato do PSD quando se confessa antigo "compagnon de route" do CDS/PP - "participei nuns conselhos" - e a ligeira confusão sobre a data da sua adesão formal ao PSD - "tenho um problema com as militâncias".
Foi o que me levou a ir ler na íntegra a entrevista de Paulo Rangel ao i. Pois no fim de contas, pela primeira vez nesta campanha, achei-o espontâneo e verdadeiro. Com posições desempoeiradas em várias matérias sensíveis.
Assume os ideais do federalismo europeu sem papas na língua (maizena ou outras) mas com realismo e estou de acordo com ele. Explica com total credibilidade as razões porque sendo favorável a um referendo europeu, concordou que na situação actual da Europa se justificava "um avanço mais intergovernamental do que popular", o que também me pareceu sensato.
Fico a aguardar com cufriosidade a nota que o Professor Marcelo irá dar ao seu "mau aluno" Rangel na sua próxima homilia dominical. Por mim acho que foi a sua melhor entrevista até hoje. Continuo a pensar que o Vital Moreira é o melhor dos 5. Mas ainda faltam mais de duas semanas para as eleições europeias.
Leite derramado sobre a campanha eleitoral
Em França, a luta dos produtores de leite está a inundar, literalmente, a campanha eleitoral para as europeias. Porque nos últimos três dias abre todos os noticiários. “Cercaram o Palais Bourbon”, sede da Assembleia Nacional, com rios de leite. Derramaram pelas prefeituras” leite a rodos. Tornando-as escorregadias e perigosas “cortaram algumas estradas”, o que em França é habitual e frequente, mas da competência reservada dos camionistas em greve. Venderam leite pelas ruas a um quarto do preço. E como se isso não bastasse, “entraram com as vacas pelas grandes superfícies dentro”. Em Maubeuge até obrigaram um director do Carrefour a ordenhar uma vaca. Tarefa que ele, “sem tugir nem mugir”, desempenhou a preceito.
De que se queixam os produtores de leite? Queixam-se que lho pagam a eles a 0,20 € por litro (baixou 30% no último ano), enquanto nos supermercados se vende o mesmo litro de leite a 0,86 €.
É a consequência da desregulamentação dos preços, que toca a todos? "O Governo francês capitulou diante da lógica ultraliberal de Bruxelas" - acusa Dupont-Augnon, um deputado soberanista. Para o impagável José Bové, cabeça de lista da Europa-Ecologia, tudo se deve a "políticas neoliberais" ao serviço dos "interesses dos grandes grupos do agro-alimentar". Os candidatos da maioria presidencial falam de "esquizofrenia contestatária", mas têm dificuldade em se fazer ouvir.
Pelo menos fala-se da Europa, suas vantagens e consequências, na campanha eleitoral francesa para as eleições europeias. Em Portugal, tudo o que importa é o tumulto justicialista interno. Depois não se queixem que os eleitores não se dêem ao trabalho de ir votar.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
a boiada segundo Ubaldo
Vocês querem é saber o que diz o João Ubaldo? Por isso não seja a dúvida: aí vai o texto, a parte final que o resto é política brasileira, antiga, uma conversa de café, no domingo que se seguiu à reeleição do Lula:
— Viu você, viu você? É verdade, eles vivem fazendo o possível para que o povo ache que não precisa de Congresso, que só faz trazer despesa e vergonha, além de atrapalhar o governo. E toda hora aparece confusão, como essa dos aviões. Ninguém consegue viajar e quem consegue viaja rezando. E tudo mundo tem cada vez mais medo de tudo, tem gente que não bota o pé fora de casa e cataloga quem pode entrar com um sistema eletrônico de impressão digital, nem amigo entra, se não estiver com a impressão digital cadastrada. Então eu fico com medo do estouro da boiada.
— Estouro da boiada, como assim?
— A boiada que é o povo brasileiro, nós sempre fomos boiada. Tu é do tempo em que a gente lia no colégio duas versões do estouro da boiada, uma do Euclides da Cunha, outra do Rui Barbosa. O estouro pode começar com qualquer coisinha besta, até o estalido de um graveto. Então é isso, eu fico com medo que, quando menos se espere, o graveto estale.
— Mas de certa forma isso seria até bom. Se houvesse uma verdadeira revolta popular, esses caras iam se mancar. Nesse caso, é uma coisa que ia te agradar, botar essa corja toda corrupta e incompetente para fora; eu vou lhe ser sincero, acho que está na hora desse estouro da boiada, acho que estamos precisando de um governo forte.
— É isso que a boiada já está começando a achar também. Pensando bem, eu não estou mais com pena nenhuma dele. (do Lula)
Gosto deste texto. Que se passa num muito brasileiro boteco do Leblon - ah bairro lindo! - mas bem podia ter acontecido na Brasileira do Chiado, entre nós, intelectuais de esquerda ou de direita, a vituperar a choldra que somos, a enaltecer a revolta popular que aí vem.
O gado anda agitado. O estouro pode começar com qualquer coisinha besta, até o estalido de um graveto. Este blogue promete que vai estar atento aos estalidos do graveto. E a qualquer reacção disparatada da boiada que somos todos nós.