quinta-feira, 26 de julho de 2012

A culpa do fogo-posto na Luz é do Luís Filipe Vieira...

Lembram-se da Luz a arder, crime de fogo posto cometido por adeptos do Sporting a 26 de Novembro, depois de uma semana de histeria, intensa apologia do crime, em cujos actos preparatórios se notabilizaram entre outros o presidente da assembleia-geral Eduardo Barroso, nas televisões, o vice-presidente operacional Paulo Pereira Cristóvão, que cuspiu raios e coriscos já com as brigadas incendiárias em acção no terreno, e ainda, aparentemente, por Luís Duque, o responsável pela SAD do Sporting, que se pegou com os dirigentes do Benfica no final? Um jogo dirigido por um tal João Capela, que expulsou Óscar Cardoso por ter dado um murro na relva, lembram-se?

Pois, meus meninos, por mais incrível que pareça. quem foi castigado, ou apenas repreendido, ou tão somente objecto de atenção da FPF ou da Liga, não foi o árbitro burro e incompetente, pelo menos, nem os adeptos criminosos que incendiaram o Estádio depois da derrota, imagens que correram mundo, nem os dirigentes do Sporting que denodadamente contribuíram para tudo isso, ateando o fogo, ao longo de mais de uma semana, não senhor. O castigado com 45 dias de suspensão, ao fim de oito meses de um processo, estranhíssimo, foi Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica.

45 dias de suspensão porque não gostou de ver o Estádio a arder e terá sido inconveniente para o Sr Luís Duque, vereador em Sintra, personalidade do CDS, amigo do peito de Pinto da Costa (e do instrutor do processo?). Mais nada.

Uma verdadeira infâmia, mais uma, dos dirigentes do futebol que temos.

A dor da Espanha num cartoon do Economist

...muito bem esgalhado. O artigo também tem muito interesse.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Onde está a acta do conselho científico sobre o caso Relvas?

Razão tem o jornal i em levantar a questão da ilegalidade do elenco do conselho científico da Lusófona que a própria Universidade divulgou. Mas há outra questão: houve mesmo uma qualquer reunião do dito conselho, em que foi de facto votado o parecer dos 160 créditos a Miguel Relvas? Se houve, em que data foi, quem esteve mesmo presente, quem votou ou não votou, onde está a acta?

É que não basta que o extraordinário parecer tenha a assinatura de António Fernando Santos Neves, em pessoa, que então se apresentava como  "reitor-fundador" (veja aqui entrevista do próprio) da Universidade Lusófona de Lisboa, em trânsito para Reitor da Universidade Lusófona do Porto, (além de director de departamento e avaliador de Relvas numa disciplina...), e também "apóstolo máximo" da Declaração de Bolonha em Portugal. Falta a prova de uma "formalidade" essencial para a atribuição das equivalências, que é a decisão válida de um conselho científico regularmente constituído.

A tutela, que é o Ministério de Nuno Crato, que foi o Ministério de Mariano Gago, tem uma palavra a dizer. Prof. Nuno Crato, tão rigoroso, não se sente incomodado pelo modo como funciona/funcionava esta Universidade? Prof. Mariano Gago, cientista e intelectual de renome, Ministro responsável pelas universidades quando isto se passou, como pode deixar a sua reputação grudar-se num caso destes?

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mas afinal quem são os tipos da Lusófona?


A mim o que mais me choca na licenciatura de Relvas é o comportamento da "Universidade" Lusófona e dos seus reitores, aqui a homenagear o Bispo do Porto. Quem foi capaz de subscrever esta bosta que o Público de hoje revela na íntegra? Que domínio da linguagem, da gramática, da lusofonia, justifica uma conclusão como esta:
Três aspectos merecem particular relevância: a longevidade das funções desempenhadas, a natureza das mesmas, maioritariamente de liderança ou grande responsabilidade institucional, e a sua variedade. Estes dois aspectos enunciam um currículo rico em elementos que enquadram um parecer de valorização do mesmo em 160 ECTS, que deverão ser feitos equivaler a diferentes unidades curriculares, preferencialmente em linha com os diferentes pontos enunciados neste parecer 
Atente-se nos "três aspectos" que afinal são dois. Na "longevidade" de "funções", hem! Nos "elementos" do currículo (quais?), que enquadram (sic) um parecer de valorização do mesmo em 160 ECTS.  Porquê 160, e não 170, ou 120, ou 10? Nenhuma explicação. Assim funciona a Lusófona e o seu 'reitor-fundador nunca deixará de ser, com ou sem diploma e medalha oficiais, vitalício “Reitor Honorário” da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa?' (Sic! Elogio em boca própria!)

Assim se define o primeiro subscritor do "parecer" (alguém o homologou?), Prof. António Fernando dos Santos Neves, "reitor-fundador", com letra pequena, e "Reitor Honorário", com letra grande, em entrevista que ele próprio se faz na Revista Lusófona de Humanidades e Tecnologias. 

Aí se diz que é "doutor em Filosofia e em Ciências Sociais Aplicadas na especialidade de Pensamento Contemporâneo". Mas não se esclarece que Universidade lhe deu o título.

Aí se gaba de ter sido "Professor de Ciências Políticas na Universidade de Paris". Qual delas, para podermos confirmar? Paris I? Paris II? Paris III....Paris XIII? É que há mais de 40 anos que não há uma Universidade de Paris, mas 13, autónomas e independentes. Faut pas épater le bourgeois com essa de que foi "Professor de Ciências Políticas", com letra grande, em Paris, sem dizer quando, a que título e em que universidade. Eu fui aluno (só aluno, não pedi por isso qualquer equivalência em Lisboa) de Paris II, Université de Panthéon-Assas. Nunca o vi por lá.

Também diz o Prof. Doutor Lusófono que "estruturou nas Universidades Portuguesas a disciplina IPC – Introdução ao Pensamento Contemporâneo”. Ah estruturou? O que é isso? E "as Universidades Portuguesas" sabem disso?

O melhor do seu currículo, no entanto, é que "fundou as Semanas Portuguesas de Teologia”. "Fundou". Teologia, hem! Aliás o primeiro dos seus livros chama-se "Estudos Teológicos" E foi publicado nas Actas das Semanas Portuguesas de Teologia, Org., 6 volumes (Lisboa, 1962…, Reedição fotocopiada, Revista Lusófona de Ciência das Religiões.

Está tudo explicado? Ainda não. Teólogo é mas de Bolonha! Ele próprio se diz "apóstolo-mor", na introdução, e apóstolo máximo, de viva voz, nestes termos
Como é sabido, o novo reitor da ULPorto (ele próprio Fernando Santos Neves!) já não se livra da fama (esperemos também que de algum proveito...) de ter sido, em Portugal, o apóstolo máximo da “Declaração de Bolonha” contra os “atrasos de vida e de modernidade” das Universidades Portuguesas (sic).

Que até terá publicado um livro: “Adimplenda est Bolonia! É preciso cumprir. Pois cumpriu Bolonha e de que maneira: 160 créditos, por junto e atacado, à vontade do freguês, sem justificações que se vejam, o homem é um teólogo, a licenciatura de Relvas é uma coisa do Além. Da Universidade Lusófona.

Sabem por acaso como se entra na Lusófona? Por exames de ingresso, claro. Com que provas? Oiçam isto, tirado do site da Lusófona de Lisboa: 
Para a candidatura de 2012 podem ser utilizados como provas de ingresso exames feitos em anos anteriores.
Entenderam?! E a seguir:
Os exames nacionais do ensino secundário podem ser utilizados como provas de ingresso no âmbito da candidatura à matrícula e inscrição no ensino superior no ano da sua realização e nos dois anos seguintes, sem necessidade de repetição no ano em que for concretizada a candidatura ao ensino superior.
Ainda há quem se queixe que alguns souberam que "podiam" sair nos pontos de português certos cantos dos Lusíadas! Na Lusófona "podem sair", eu disse podem, pontos de exames anteriores, ou dos exames do secundário. Querem apostar que geralmente saem mesmo?