terça-feira, 28 de junho de 2011

Os "killing fields" do Cambodja







Já lá vão mais de 30 anos. Apoiados pelos comunistas chineses, os "khmers vermelhos" entraram em Phnom Penn em 17 de Abril de 1975, estávamos nós em campanha para a Constituinte, ia seguir-se o Verão quente, algumas tentativas revolucionárias, mas a situação iria normalizar-se aopós o 25 de Novembro. Menos sorte tiveram os camdodjanos cujo prec sangrento iria durar até finais de 1979 e massacrar um terço da população, famílias inteiras, incluindo crianças, que, diziam "as ervas daninhas têm de ser arrancadas até à raiz".

Alguns dos seus máximos responsáveis começam agora a ser julgados por um tribunal internacional. Estive o ano passado em Choeng Ek, um dos "killing fields" de má memória. E também numa prisão de Phnom Penn famosa pelas torturas que aqueles maoistas infligiam aos presos. Aí vi escritos os "dez mandamentos" que os torcionários distribuíam a cada preso à entrada, iguaizinhos aos que 20 anos antes os estalinistas russos seguiram na Europa de Leste, como revela o filme de Costa-Gavras sobre os processos de Praga. Em tudo semelhantes aos que nos anos 30 se aplicaram na Rússia nos chamados processos de Moscovo.

A prova que de tragédia em tragédia a História se repete mesmo. Em Portugal é que ninguém sabe disso. Pior do que tudo os que tudo apoiaram, em nome da classe operária e da libertação dos trabalhadores da opressão, nunca se arrependeram.

11 comentários:

  1. Também vi no Cambodja, os campos da morte e é arrepiante.A sorte que nós tivemos.

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  2. Houve quem os apoiasse?! Sabiam do que se estava a passar no Cambodja e apoiaram?! Meu amigo José Teles, isso é simplesmente arrepiante!
    Realmente tem razão, cá nunca se sabe de nada...

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  3. Admito que não soubessem na altura e/ou que não acreditassem no que dizia a "imprensa burguesa, quanto ao genocídio do Camboja nos anos 70, como nas purgas dos anos 50, nos arquipélagos do Gulag, nos processos de Moscovo, dos anos 30 e 40. Mas houve informação. E a partir de certa altura deixou de ser possível negar. E nem aí os militantes de certos partidos passaram a condenar o que se passou. Preferiram ignorar. Até hoje.

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  4. Digo que " partir de certa altura passou a ser impossível negar ".

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  5. O comunismo português está completamente adulterado... Eu não consigo vislumbrar o PCP a fazer o mesmo que foi feito nesses Países. Sinceramente não sei como existe ainda um partido com esse nome. Estão completamente rendidos ao neoliberalismo... nem questão fazem de governar. Estão na AR por estar. Não "lutam" pelos Direitos do Povo... aquilo amigo Teles, é uma panela só...
    Quanto aos anos 70... eu era miúda, mas aqui em Famalicão pelo menos 3 comunistas foram mortos... não mataram ninguém, embora tenhamos uma rua com o nome de uma vítima do PSD, não foi assassinato... foi no cruzamento de tiros. Quanto aos comunistas que foram assassinados, caíram no esquecimento.
    Claro que o Zé Teles não lhes perdoa essa época, como se pode ver e se assim foi não há desculpa.
    Uma coisa lhe digo, os israelitas não são comunistas e fizeram da Palestina um campo de concentração. A frota humanitária que para lá se dirigia, ficou pela Grécia. Veja também este filme sobre a Somália.
    Um abraço.
    Um abraço.

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  6. Por falar em campos de concentração, veja estes nos EUA. Para que serão?!

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  7. Então?! foi censurar o meu comentário que falava dos comunistas assassinados cá em Famalicão?! Ora isso não se faz, meu amigo... :(

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  8. Fada,
    O que aconteceu foi que tenho andado a ver mal. O gmail junta os comentários que vêm da mesma pessoa e eu não me apercebi que... afinal havia outro. E muito bom. Que tem factos que eu desconhecia por completo. Abraço

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  9. Espero que dentro em pouco esteja com visão de lince! Desculpe mas como não vi o comentário...:))

    p.s. Viu a capa do jornal i?! vale a pena... é que nem de propósito! Os ex maoístas, portugueses, claro. Durão Barroso, Pacheco Pereira, Maria José Morgado, Jorge Coelho, Nuno Crato e josé Manuel Fernades. Mao em cima e todos eles a estenderem a mão, com o seu bloco de notas chinês! Vai bonito, vai!

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  10. O que está mal é o bloco de notas chinês, em branco. Tb fui maoísta, em França, até Maio de 68, curei-me cedo. O que tínhamos todos, ainda conservo o meu, era o Pequeno Livro Vermelho, com os ensinamentos do Presidente Mao. Suponho que todos os ex-maoístas citados reconheceram o erro, o que é bom: só os burros é que não mudam de opinião.

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  11. É... pois é... mas agora todos fazem a vénia à China... é para o lado onde está o dinheiro, infelizmente.

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