segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pacto Germano Soviético na Madeira


Jardim ainda há seis meses propunha a proibição do comunismo na Constituição e agora defende um compromisso histórico com o PCP e o BE para "libertar o País do PS"? E depois? Que ninguém diga desta água não beberei. Os nazis diziam de Estaline o piorio seis meses antes da assinatura do Pacto Germano Soviético em 1938. O mesmo que os comunistas diziam de Hitler. E o Pacto fez-se. Para libertar o Mundo das democracias burguesas. Que é o que o PS personifica em Portugal na presente conjuntura.
Os dois juntos assinarão o Pacto. Jardim propôs. O compenetrado Padre comunista já aceitou o repto. Como fizeram Ribbentrop e Molotov, na presença de Estaline, com a benção de Hitler, naquele ano de 1938, para pôr cobro à ameaça polaca, apoiada pelas "agressivas democracias burguesas" (como lhes chamou o jovem Cunhal na altura) de França e de Inglaterra. Para Alberto João Jardim é um triunfo total.
Um triunfo total para Alberto João Jardim, que como Hitler sempre soube levar a água ao seu moinho. A aprovação da Lei das Finanças Locais pelo PSD Nacional e demais partidos do compromisso histórico, depois de todas as ocupações e abusos ao longo dos anos, é assim como uma espécie de Acordos de Munique.

Jardim vence em toda a linha. Os líderes nacionais do PSD têm medo dele. Fazem de conta que acreditam que ele se contentará com os 50 milhões, ele que já vai nos 1200 de dívida directa - sem contar com a dívida das empresas públicas madeirenses, com as dívidas astronómicas das autarquias madeirenses, das dívidas das parcerias publico-privadas que promoveu para disfarçar a dívida.

O compromisso histórico, como o famoso Pacto Germano Soviético, avança a todo o vapor. Vêm aí os amanhãs que cantam. Também foi assim depois do Pacto contra as democracias. Salvaguardadas as devidas distâncias, a grande aliança faz todo o sentido.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (8) Comprar quintas

Alberto João Jardim adora comprar quintas, na Madeira as quintas são como os palacetes de Lisboa e/ou Veneza. O Governo comprou ainda recentemente a Quinta da Magnólia, que me pareceu fechada para obras, e sobretudo comprou, para seu uso pessoal (da pessoa do Presidente do Governo), a muito brasonada Quinta da Vigia onde pude observar uma dúzia de jardineiros, a trabalhar num canteiro, além de um alargado grupo de seguranças (privados?) conversando ruidosamente à porta da residência. Tanta gente, tantos cuidados, tantos gastos.

A quinta merece, está num brinco, cuidada e tratada, cavada de fresco (todos os dias?), limpinha, não há uma folha caída entre os canteiros que não seja varrida de imediato, respira-se nela "um ar feito de flores", como dizia António Nobre. É bom, desde que se tenha dinheiro, e tem-no este nosso Rei da Madeira, que cavou com este luxo e os outros "um buraco do tamanho do grego".

Um luxo sobretudo quando comparada com "a quinta" que foi dos antigos reis de Portugal, a
Tapada das Necessidades, para a qual não há dinheiro que chegue para tratar as árvores ressequidas, carcomidas, as dependências a cair, os canteiros deteriorados, uma dor de alma, passe por lá e compare.

E estamos em Lisboa. No Interior é pior. Mas os deputados do Interior (do PSD, em maioria) votaram sem pestanejar mais transferências e mais endividamento para a Madeira. Quanto mais for para a Madeira, mais vai faltar para as necessidades dos círculos do Continente. É quanto nos custa o compromisso histórico do PSD com o CDS, o PCP e o BE. Que o Padre Edgar Silva já deu a sua bênção. Assim vamos longe.




O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (7) Jornais a pataco

Aparentemente é um jornal como os outros, só que é propriedade do Governo Regional e custa 0,10 €, e assim Alberto João Jardim arrasa a concorrência, como se queixou dramaticamente a empresa proprietéria do DN da Madeira:

"2. No mercado de jornais da Região Autónoma da Madeira (RAM),
aquela crise vem sendo acrescida pela grave distorção das regras da
concorrência praticada pelo Governo Regional através do Jornal da
Madeira (JM), como é conhecido pela generalidade dos Portugueses
e em especial dos Madeirenses.
3. E essa crise na RAM sofreu um forte agravamento a partir do ano de
2008 pela circulação gratuita do JM, pelo aumento da sua tiragem
para 15 mil exemplares por dia – pagos pelo erário público à razão
de cerca de 10 mil euros por dia – e com manutenção da mesma
estrutura, do mesmo número de páginas e do seu carácter generalista,
visando , por essa forma , liquidar o Diário de Notícias.

Depois disso o JM deixou de ser gratuito, passou a custar 0,10, e o Presidente da República vetou a lei que visava restabelecer o pluralismo e impedir governos regionais e autarquias locais de serem proprietários de jornais. O DN/Madeira custa 0,80 € e continua a tentar manter-se plural. Por exemplo que "há mais Mundo para além da Ponta de S. Lourenço", como diz Trindade do PS, e quem devia demitir-se é Jardim.

O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (6) Limpezas de terrenos

Os terraços lá atrás ─ informa a guia ─ antigamente eram cultivados, em condições muito duras, agora deixaram de ser, o Governo paga aos agricultores para manterem os terrenos limpos. A imagem é de Porto Moniz, na Madeira, um concelho com um número de eleitores sensívelmente igual ao da minha aldeia numa encosta de um afluente do Rio Douro. Uma terra com quelhos assim que vêm sendo abandonados e se enchem de silvas. Volto à comparação da Região Autónoma da Madeira com o distrito de Vila Real de Trás-os-Montes, que também tem uma maioria do PSD e elege o mesmo nº de deputados. Em que é que Trás-os-Montes e Alto Douro é menos do que a Madeira? Por que razão tem que ser desapossado de uma parte do IVA que paga em favor da Madeira? Por que carga de água, PCP e BE, PSD e CDS, favorecem a Madeira rica com os impostos cobrados aos pobres de Trás-os-Montes? E da Beira Interior? E do Alentejo? E da Área Metropolitana de Lisboa que tb temos por aí uma data de silvas para limpar em terrenos abandonados. Ou há moralidade...

Madeira? Tenho mais fotos se quiserem

Como é que eu soube que o Governo da Madeira faz tudo o que lhe apetece, até paga parques de estacionamento num qualquer burgo como a Ribeira Brava»? Boa pergunta, amigo Gabriel. Porque na Madeira tudo, ou quase, tem placa comemorativa:

Ninguém se incomoda, ninguém critica, os partidos têm medo, os jornalistas da Madeira são quase todos empregados, directa ou indirectamente, do Alberto João Jardim. Então quando chegam aos comentários é de partir o coco.

Cavaco é um ditador? Belmiro explica-se

Em que sentido é que Belmiro de Azevedo considera que Cavaco Silva um ditador? Neste:
Usei a palavra com o significado figurado que ela também tem, como sinónimo de "autoritário" ou "prepotente", mais precisamente como adjectivo com que se qualifica quem exerce o poder de forma implacável ou desapiedada, sem revelar pelas outras pessoas sentimentos ou consideração. Recordo que o termo aparece a propósito da demissão compulsiva de quatro ministros, que entendo ter sido feita sem a cortesia que os visados mereciam.
Ah bom?! Assim ficamos mais tranquilos. Ou não?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (5) Estacionamentos "do Governo"

Neste belíssimo parque de estacionamento, em "propianho e cantaria" na marginal da Ribeira Brava, o que mais chama a atenção é que não foi contruído pela Câmara, nem por uma empresa privada que nisso tivesse interesse, mas sim pela "Vice-Presidência do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira". Vice-Presidência, atenção, um luxo mais do AJJ. A segunda nota é que como quase tudo na Madeira é demasiado grande para as necessidades da vilória. Não faltavam lugares de estacionamento nas imediações. Estava deserto. Nem fui ver os preços. Se os há. Deve ser gratuito ou quase. PCP e BE adoram essas coisas: a falta que fazem parques de estacionamento do Governo espalhados por todas as freguesias de Lisboa (que não há mais gente na Ribeira Brava do que na Alfama ou no Bairro Alto). De resto, AJJ ainda há meses pretendia proibir o comunismo na Constituição. Cavaco, PSD e CDS têm medo do Jardim. Por isso lhes deram mais do IVA que nós pagamos. E mais endividamento. Pagamos nós, cubanos como nós

O terrorismo mundanizou-se

ESPAÑA Así cayeron los últimos arrestados

Las torpezas del 'comando Facebook'

Joaquín Manso | Madrid

ETA encargó atentar contra aeropuertos y oleoductos a un grupo de jóvenes inexpertos que pasaban 'coca' y tenían perfil en Facebook.

O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (4) Inaugurações

Fontanários? Vi uma placa comemorativa em Santana. Piscinas? Obviamente, que as praias estão cheias de calhaus, que vieram do Continente, seguramente. Parques de estacionamento? E bem sofisticados. Estádios de futebol? Estão a reconstruir o Estádio dos Barreiros. Há um lá para os lados da Ribeira Brava em que foram enterrados 12 milhões de Euros e que não serve para nada. O Cardosão inaugura, inaugura. Até restaurantes, como o da foto. A placa está cá fora, numa esquina de muito trânsito, como chamariz. E eu que ia a entrar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O que faz Jardim com o nosso dinheiro? (3) Trutas

Belíssimo viveiro de frutas, meia dúzia de empregados, lindo e cuidado, no Ribeiro Frio. "É do nosso Governo". E as trutas? Pergunta de turista. Quando estão criadas, são soltas nas ribeiras para a pesca desportiva. E comem-nas? Que horror! "Nós gostamos é de peixe espada preta". E têm muito bom gosto. De resto, se não lhes custa a ganhar, se têm mais rendimento do que a média do Continente, comer trutas era uma despromoção. Sobretudo não se incomodem. Não vale adiar. Pagamos nós. Os cubanos como nós.

O que Jardim faz com o nosso dinheiro? (2) Palhotas

Palhotas, casas de bonecas, alegadas casas antigas, mas feitas hoje, como se vê na foto, no centro da vila de Santana. Há uma que é propriedade particular, mas as duas mais bonitas ao lado da Câmara "são do Governo" ─ avisou a nossa guia. Fomos lá: qual duas?! Há mais em construção, contámos onze operários. "Até a palha é importada" ─ informam-nos. Pagamos tudo, os de cá. Os turistas gostam? Pelo menos riem de nós: um casal no banco da frente soltava gargalhadas cada vez que a guia repetia: "financiado pelo nosso Governo", o deles, claro. Uma dúzia de vezes. Há partidos que gostam de um sociedade em que tudo é subsidiado. Achei perfeitamente normal, as votações do PCP e do BE. Cubanos como nós.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Não pagamos, não pagamos, não pagamos

Acabo de regressar da Madeira. A minha opinião é que devemos pegar o boi pelos cornos. Ter o incómodo de dizer a Sua Excelência que não podemos pagar tudo. É um incómodo muito grande: os jornais, que ele comprou, a RTP e a RDP, cujos directores dependem dele, e todos os subsidiados, que são legião, vão dizer de nós cobras e lagartos mas não há outra solução. A Madeira está rica, nós é que somos pobres. Não pagamos. As propinas do Jardim, não pagamos. Não pagamos.

Vou contar-vos a coisa por miúdos. Mas para já o que vos proponho é muito simples: organize-se uma excursão de autarcas de Trás-os-Montes à Ilha da Madeira. De autarcas das juntas de freguesia, não de vereadores, ou presidentes de câmara, esses querem é Brasil, países nórdicos, viagens caras, chorudas despesas de representação.

A Região Autónoma da Madeira tem sensivelmente o mesmo número de habitantes que o distrito de Vila Real de Trás-os-Montes.
  • Vila Real de Trás-os-Montes que não recebeu ao longo destes anos milhares de milhões.
  • Vila Real de Trás-os-Montes que não pode permitir-se uma dívida (avalizada pelo Estado?) de cinco mil milhões de Euros. Que não pode subsidiar os agricultores para manterem os terraços do Rio Douro a parecer bem aos turistas.
  • Vila Real de Trás-os-Montes que não pode financiar a construção hoje de antigas casas, tradicionais (não é gralha, tenho fotografias!), ridículas casas de bonecas.
  • Nem dezenas de "arrastadores" de carrinhos de cestos, que não têm clientes, e andam ao alto (contei 72, a jogar cartas, e nenhum cliente, um dia inteiro)
  • Nem dezenas de jardineiros, por canteiro, a cavar e recavar, os jardins do Palácio Presidencial.
  • Nem comprar quintas atrás de quintas.
  • Nem deixar de cobrar IVA.
  • Nem pôr a gasolina mais barata.
  • Nem esburacar as montanhas em todas as direcções com 164 túneis, com um total de 73 quilómetros, todos gratuitos, que já começam a precisar de elevadas despesas de manutenção.
  • Nem meter ao bolso as receitas das fugas aos impostos numa escandalosa zona franca.
  • Nem e nem e nem.
Temos de confrontar os eleitos de Vila Real de Trás-os-Montes à Assembleia da República (aliás maioritariamente do mesmo partido que Sua Excelência o Dr Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim - um nome que está em toda a parte na Madeira) com as suas decisões de mandar mais dinheiro, sempre mais dinheiro, para os luxos da autonomia e da irresponsabilidade. Só porque assim querem o PSD, o CDS, o PCP e o Bloco de Esquerda. Faz cá falta. O Governo da Madeira não merece mais.

O que Jardim faz com o nosso dinheiro? (1) Arrastadeiras

Carrinhos de cesto, escorregas, com dois "arrastadores" por unidade, a lembrar as liteiras em Roma Antiga. Funciona, só nos cartazes, como na primeira imagem. De facto carrinhos ao alto, contámos 38, e arrastadores, seriam 76, ociosos, a jogar cartas, a semear um tapete de beatas, na ruela, e nas escadarias, da Senhora do Monte. Andámos por lá um dia inteiro, no Monte, no Jardim Tropical Monte Palace, do Berardo ─ esse, sim, que vale a pena! ─ e clientes dos escorregas nem um para amostra. Estranhámos, perguntámos. Pois são subsidiados por Alberto João Jardim, que acha a coisa muito turística. A ele não lhe custa a ganhar. Pagam os cubanos, do Continente. Pagamos nós. Nós os cubanos.