Jardim ainda há seis meses propunha a proibição do comunismo na Constituição e agora defende um compromisso histórico com o PCP e o BE para "libertar o País do PS"? E depois? Que ninguém diga desta água não beberei. Os nazis diziam de Estaline o piorio seis meses antes da assinatura do Pacto Germano Soviético em 1938. O mesmo que os comunistas diziam de Hitler. E o Pacto fez-se. Para libertar o Mundo das democracias burguesas. Que é o que o PS personifica em Portugal na presente conjuntura.
Os dois juntos assinarão o Pacto. Jardim propôs. O compenetrado Padre comunista já aceitou o repto. Como fizeram Ribbentrop e Molotov, na presença de Estaline, com a benção de Hitler, naquele ano de 1938, para pôr cobro à ameaça polaca, apoiada pelas "agressivas democracias burguesas" (como lhes chamou o jovem Cunhal na altura) de França e de Inglaterra. Para Alberto João Jardim é um triunfo total.
Um triunfo total para Alberto João Jardim, que como Hitler sempre soube levar a água ao seu moinho. A aprovação da Lei das Finanças Locais pelo PSD Nacional e demais partidos do compromisso histórico, depois de todas as ocupações e abusos ao longo dos anos, é assim como uma espécie de Acordos de Munique.
Jardim vence em toda a linha. Os líderes nacionais do PSD têm medo dele. Fazem de conta que acreditam que ele se contentará com os 50 milhões, ele que já vai nos 1200 de dívida directa - sem contar com a dívida das empresas públicas madeirenses, com as dívidas astronómicas das autarquias madeirenses, das dívidas das parcerias publico-privadas que promoveu para disfarçar a dívida.
O compromisso histórico, como o famoso Pacto Germano Soviético, avança a todo o vapor. Vêm aí os amanhãs que cantam. Também foi assim depois do Pacto contra as democracias. Salvaguardadas as devidas distâncias, a grande aliança faz todo o sentido.