sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Mais uma vítima com condenação anunciada e a bênção antecipada de vários desembargadores

Desde o princípio deste processo (a capa da revista, supra, tem quase dois anos) que se tornou patente que a juíza Joana Ferrer Antunes estava determinada a absolver “o senhor professor”, assim se dirigia ao réu Manuel Maria Carrilho, enquanto tratava a queixosa pelo nome próprio, como se tivesse andado com ela na escola. Queria absolver e absolveu. Exactamente com os argumentos que usou contra Bárbara Guimarães no início “queixasses-te, não te queixaste…Ai queixas-te agora? Tarde piaste!”  

Era uma descompostura, que ela não tinha o direito de dar, ela, a juíza Joana (desculpe meritíssima que a trate pelo primeiro nome, como se tivesse andado consigo na escola, mas é assim que V. Exª trata as pessoas de que não gosta e eu também não gosto de si). Não tinha o direito de dar uma descompostura à antiga vedeta da Televisão, e não me diga que a tentação era muita, vedeta e mulher bonita, o protagonismo que isso lhe ia dar, não podia deixar fugir aquela oportunidade. Juíza Joana, não me diga tal, que os juízes estão obrigados a tratar com urbanidade os sujeitos processuais, não devem humilhar ninguém…

Só por isso é que o juiz Neto da Moura vai ter um processo disciplinar, conforme defendeu o conselheiro Mário Morgado, vice-Presidente do CSM, um homem corajoso, na resposta ao manifesto dos 20 desembargadores e conselheiros hoje aposentados, mas que no seu tempo, últimos 30-40 anos,  ergueram, alimentaram e ocuparam o poder sindical dos juízes, convém não esquecer.

Só por isso. Que tenha invocado “contra a mulher adúltera” a Bíblia e o Corão, além dos códigos sagrados dos nossos maiores, a isso, aparentemente, a hierarquia dos tribunais, e o seu poder disciplinar, nada tem a opor. Aquele Neto da Moura corre o risco de ser incomodado por má educação, tudo o resto cai porque o juiz é soberano, de assentar a sua decisão nas baboseiras que entender,  sejam leis revogadas sejam ensinamentos caducos de várias religiões...


 Esta “Neta da Moura”, nem um processo por má educação arrisca. Duas vezes pediu a queixosa o afastamento da juíza Joana, duas vezes a Relação considerou que a juíza Joana é que tinha razão. Parti-pris? Falta de isenção? Rivalidades e/ou invejas que lhe toldavam o espírito? Nada disso: por duas vezes os meritíssimos desembargadores da Relação de Lisboa deram razão ao comportamento agressivo da juíza Joana: que raio de mulher és tu que não te queixaste logo no início?! Avalizaram. Subscreveram esta condenação anunciada da vítima e o branqueamento do comportamento do Senhor Professor. É a Justiça que temos

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